sexta-feira, 6 de outubro de 2017

As Crônicas de Artur


Escrito pelo escritor britânico Bernard Cornwell, essa trilogia publicada pela editora Record, (Rei do Inverno, O Inimigo de Deus e Excalibur) nos conta a vida de um mito por um ponto de vista mais cru e humano.
Nesta obra, Artur não é uma lenda, não possui poderes e nem tão pouco é aquele príncipe encantado.  Na verdade ele é um senhor da guerra, muitas vezes, brutal, inseguro e estrategista, mas acima de tudo, um cavaleiro com erros e defeitos. Sua estória é narrada por um dos seus guerreiros que participa de suas campanhas de guerra, suas politicas e também de sua vida pessoal, com um ponto de vista mais humano e histórico.
Os livros são de uma realidade tão selvagem que, nós leitores, somos apresentados pela famosa parede de escudos.  O autor descreve essa tática de luta de uma maneira tão realista que parece realmente estarmos frente a frente com o inimigo com espada e escudo em mãos. É violento, brutal, instigante - não são livros para crianças e nem tão pouco para estômagos fracos. O mito arturiano foi elevado ao nível mais real da estória que não só conta como Artur defendeu a invasão da Britânia pelos saxões como também há criticas ao cristianismo, principalmente a Igreja e seus sacerdotes.
Há personagens conhecidos das lendas de Artur? Sim, estão lá Merlin, Lancelot, Guinevere, Galahad, Mordred, Morgana, Uther... Mas todos, sem exceção, num nível de veracidade humana tão grande que neste livro, eles se tornaram mais atraentes e cativantes ao leitor, o que dá todo o charme a trilogia.
Com uma escrita cativante e às vezes lenta, as Crônicas de Artur não deixa de ser uma obra magnifica que nos mostra que atrás de muitos mitos e lendas, há sempre uma realidade fria, cruel e ao mesmo tempo extremamente bela.

Recomendo.

A realidade era diferente da lenda...