domingo, 19 de agosto de 2018

O Rei Negro


Valdar é um mundo vasto e antigo, um universo habitado por povos profundamente diferentes entre si, que ao longo dos séculos, foi sendo delineado pela beleza de suas civilizações e pela terrível e ancestral violência de suas guerras.  Nessa impetuosa mistura de destinos de Valdar, a vida de Manatasi, um jovem soberano de Warantu, parece transcorrer ao largo dos grandes eventos que forjam a história do lugar.  Porém tudo está a ponto de mudar.  A construção de Kemyss, a babélica cidade da esperança, já foi concluída, e dentro de seus muros estão se reunindo povos e caravanas vindos e todo o continente.  O Príncipe também deseja aos majestosos muros da cidade e, assim, dará inicio a uma grande viagem de descoberta.  Manatasi deixa para trás suas florestas junto a Sirasa, fiel xamã de espírito irrequieto, e terá de defender mãe e filha do que parecia apenas uma agressão de bandidos; irá se aliar a um feiticeiro atormentado que, para redimir os crimes de seu povo, carrega em seu pulso o Bracelete de Culpas; conhecerá os gélidos Sacerdotes que leem a Roda da Fortuna e lutará contra Sangueescuro, o mercenário inescrupuloso que pretende despertar o Rei Negro, um Deus Adormecido cujo sono intranquilo faz estremecer as montanhas.  Guiado por uma intensa sede de conhecimento e por seu espírito ingênuo e explosivo, Manatasi terá de decidir que preço está disposto a pagar para ser reconhecido como um dos heróis capazes de mudar o rumo da Fortuna.  O Rei Negro é, ao mesmo tempo, uma saga fantástica tradicional, impulsionada pela força magnética e irrefreável de seu protagonista – um dos raros heróis negros do universo fantástico -, bem como um desafio literário novo.




Bom, é um livro de alta fantasia com bastante ação, suspense e reviravoltas a todo o momento.
A leitura flui de maneira simples e mesmo sendo num mundo fantástico, as descrições dos lugares são deslumbrantes e não deixam o leitor perdido ou entediado. O escritor, por sinal, construiu muito bem esse mundo intrincado de cordilheiras, montanhas e pântanos. O livro vem com um mapa que ajuda à nos manter localizados na geografia interessante de Valdar.
O glossário (nas últimas páginas do livro) também ajuda (e muito) à entender certos personagens, encantamentos, conjurações, demônios, artefatos, etc.
Outro ponto positivo são as variedades de raças fantásticas como anões, goblins, orcs e os bons personagens que surgem durante a estória como os elfos Kenna e Gulneras, Maugis o matador de demônios, o feiticeiro Egenrauch (que vilão!) e é claro, o protagonista Manatasi.
Há muito tempo que não me identificava com um personagem tão carismático! De caráter impetuoso, Manatasi tem uma inabalável confiança em si mesmo e que, por trás de sua impulsividade, prevalecem a lucidez e frieza de um verdadeiro líder.  É óbvio que num continente vasto como Valdar, há conflitos raciais latentes e isso é mostrado de maneira bem direta e atual.
Inclusive num dos trechos do livro, o seu xamã que o acompanha, diz que se revolta com os olhares hostis das pessoas e do tom de escárnio usado para insulta-los, além das detestáveis imitações de guinchos de macacos seguidos de risadas sarcásticas. E de maneira altiva, Manatasi diz: "Você tem toda a razão. Odeio o modo como essa gente nos observa, com desprezo nos olhos. A lança treme nas minhas mãos quando percebo aquele maldito sarcasmo nas conversas, mesmo sem entender o que dizem."

 
Ah, lembrando que o título do livro é muito mais do que se possa imaginar...


Então, eu recomendo essa leitura (mais que obrigatória!) e que irá agradar aos que querem ler uma fantasia bem diferente, diversificada e consciente.

Boa leitura!




“Quero que o mundo conheça Manatasi, o Príncipe das Catorze Tribos, e dados os povos do Warantu. E uma vez que nos conheçam, quero que nos respeitem. E se para isso tiver de falar com esse deus Dayros e obriga-lo a escrever meu nome na Roda da Fortuna, esteja certo de que eu o farei!” 

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