Especial - Conan, o bárbaro

Especial - Conan, o bárbaro 

Releitura de Especial Conan, o Bárbaro n°1, hq de 1989 e publicado originalmente pela antiga Editora Abril.

A primeira história é intitulada como "A Fronteira do Fim do Mundo" no qual traz a saga de Conan entre os Pictos. Ela é uma adaptação de um conto escrito por Robert E. Howard, intitulado "Beyond The Black River", publicado pela Weird Tales, em maio de 1935.

Na trama, Conan é contratado para patrulhar a fronteira da Aquilônia contra a invasão dos selvagens Pictos, numa região violenta e protegida apenas por uma fortificação chamada Forte Tuscelan. 

Durante a patrulha, Conan salva a vida de Balthus, um jovem colono que juntos enfrentam vários perigos. Quando chegam ao forte, eles partem numa missão para capturar o xamã Zogar Sag na esperança de tentar frear o avanço dos Pictos.

 

Bom, a narrativa apresenta uma aventura intensa e dramática. O enredo é envolvente, cheio de ação e suspense, com elementos de heroísmo e tragédia. Conan é implacável e determinado ao enfrentar perigos sobrenaturais e selvagens com coragem e astúcia.

O que se destaca na história é a brutalidade e a precariedade da vida na fronteira com a constante ameaça dos Pictos e das forças sobrenaturais que eles comandam. 

O final da trama sela a sublima crueza e violenta do mundo hiboriano, adicionando um elemento de continuidade a história, sugerindo que a luta contra os Pictos está longe de terminar.

No geral, é uma aventura de Espada e Feitiçaria com boas combinações narrativas onde Roy Thomas capturou bem a essência do personagem Conan - e juntamente com a arte de John Buscema e Tony Zuñiga criou-se um ambiente brutal, proporcionando uma leitura empolgante e emocionante.

Com uma belíssima arte de capa feita por Barry Windsor-Smith, a edição ainda traz uma pequena matéria intitulada Crônicas da Espada (A Gênese do Barbarismo), um artigo de Lin Carter que explora a origem das histórias de Espada e Feitiçaria. 

Há também uma curta aventura chamada A Maldição da Deusa-Gato de Roy Thomas e arte de Pablo Marcos, originalmente publicada em junho de 1985.

Esta é mais uma edição histórica que imortaliza as aventuras da Era Hiboriana para um clássico gênero da Espada e Feitiçaria. 

"O barbarismo é estado natural do homem. A civilização é artificial, uma trapaça do destino... e o barbarismo sempre vai triunfar no final!"

A Canção de Bêlit - A Tigreza e o Leão - Tomo 1

A Canção de Bêlit 

A Canção de Bêlit - A Tigreza e o Leão - Tomo 1, escrito por Rodolfo Martinez e publicado pela Editora Avec em 2021.

A história se passa logo depois de “A Rainha Da Costa Negra” — conto escrito originalmente por Robert E. Howard em 1934 na antiga Weird Tales e, relata os três anos de Conan em convivência com a corsária shemita Bêlit.

Conan está em um navio viajando pela Costa Sul do continente hiboriano quando sua embarcação é atacada pelo navio pirata Tigresa comandado pela feroz capitã Bêlit.

Mas o improvável acontece quando a bela shemita se apaixona pelo bárbaro e juntos com a tripulação vivem grandes batalhas e aventuras. 

Bom, primeiramente sou fã de Conan e de todo o universo criado por Robert E. Howard. Desde muito jovem eu devorava as hq's de A Espada Selvagem de Conan de Roy Thomas e alguns antigos e raros pulps em meados da década de 80. 

Então, para mim, foi uma grata surpresa ler e apreciar cada narrativa desse livro.  

Martinez consegue manter as descrições e diálogos quase similares aos de Howard, mas sem deixar de colocar sua originalidade nele. 

Todos os elementos da Espada & Feitiçaria está inserido no livro: as lutas, tramas políticas, profecias e magias. Isso sem contar com os lugares que os fãs de Conan já conhecem de suas aventuras nas hq's como a mística Estígia, Zamora, Messântia.

Ressalto também a construção da personagem Bêlit, pois aqui ela é a destaque. Seu amor pela batalha é selvagem. Uma mulher de atitude única, impulsiva e de personalidade poderosa. 

Seu protagonismo mostra a ferocidade do poder feminino, a personificação de uma deusa imponente de longos e volumosos cabelos negros.

A Canção de Bêlit - A Tigresa e o Leão traz a saudosa magnitude do gênero Espada & Feitiçaria - uma leitura que ao mesmo tempo diverte, mas também traça caminhos siginficativos de luta, verdade, paixão e honra.

O Trono de Rubi - Elric - vol.1

O Trono de Rubi - Elric 

Leitura fantástica da graphic novel O Trono de Rubi - volume 1, roteirizado por Julian Blondel e arte Didier Poli, Robin Recht e Jean Bastide.

Publicado pela @mythoseditora em 2018, está é uma adaptação máxima da obra de Michael Moorcock. 

A história traz o poder e a glória do reino de Melniboné, onde os jogos de política, magia e perversão se misturam, tendo como pano de fundo o príncipe albino Elric e a sua espada maléfica Stormbringer.

A graphic novel é uma obra-prima única que glorifica o verdadeiro significado do gênero Espada e Feitiçaria. 

Mesmo com algumas mudanças no roteiro original do livro, O Trono de Rubi e Stormbringer eleva a máxima beleza dos seus traços com uma alta narrativa que impressiona.

Há grandes batalhas, conspirações palacianas e misteriosos ritos de feitiçaria que envolve o poder do sangue e sexo. 

O leitor ficará muito familiarizado com vários conceitos e lugares que se serviram de influência nas obras de terror de Clive Barker (Hellraiser) e de George R. R. Martin, a fonte máxima com os Targaryen, os dragões e a Antiga Valyria. 

Com o prefácio e reflexões dos mestres Michael Moorcock e Alan Moore, O Trono de Rubi é uma leitura de Espada e Feitiçaria adulta, violenta, vibrante e chocante - mas também de extremo bom gosto a arte e a cultura dos quadrinhos. 

"𝐴 𝑔𝑙ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑙𝑛𝑖𝑏𝑜𝑛é 𝑛ã𝑜 𝑓𝑜𝑖 𝑓𝑜𝑟𝑗𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑖𝑏𝑙𝑖𝑜𝑡𝑒𝑐𝑎𝑠, 𝑚𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒, 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜𝑟 𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑝𝑖𝑠𝑜𝑡𝑒𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑚𝑖𝑔𝑜𝑠! 𝐹𝑖𝑧𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑖𝑛𝑜𝑠 𝑡𝑟𝑒𝑚𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑙ℎ𝑎ç𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑖𝑚𝑝é𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑠𝑜𝑚 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑒!

𝑂 𝑛𝑜𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑙𝑛𝑖𝑏𝑜𝑛é!"

O Trono de Rubi - príncipe Yyrkoon

Elric - Navegante nos Mares do Destino

Navegante nos Mares do Destino 

Por dez mil anos, o poderoso Império de Melniboné tem ditado as regras para o mundo. Porém, como os Senhores do Domínio retiraram seus favores e preparam-se para suas próprias batalhas, a arrogância do reino - assim como poder de sua magia - conhecem agora a decadência.

Em busca de uma meta desconhecida, o albino príncipe Elric deixa o Trono de Rubi na Cidade dos Sonhos de Imrrir. Com a mágica da espada Stormbringer ao seu lado, o Campeão Eterno inicia a longa jornada pelas terras que seu povo desdenhosamente chama de os Novos Reinos... lugares onde os melniboneanos são, na melhor das hipóteses, detestados...

Publicada em 1987 em quatro edições pela antiga Editora Abril, a hq é uma adaptação do livro Sailor on the Seas of Fate de Michael Moorcock, originalmente de 1976.

Considerado um dos épicos do Multiverso Campeão Eterno é também um clássico definitivo da Espada & Feitiçaria.

Com os argumentos de Roy Thomas e com a arte psicodélica de Michael T. Gilbert, Navegante nos Mares do Destino vale como leitura e conhecimento ao estilo  Espada & Feitiçaria, mas também pela nostalgia e originalidade pela obra.

117 anos de Robert E. Howard

117 anos de Robert E. Howard 

Robert Ervin Howard nasceu no dia 22 de janeiro de 1906 e durante a sua vida criou, como escritor, o subgênero mais proeminente da literatura fantástica: A Espada & Feitiçaria.

Mas foi com personagens como Bran Mak Morn, Solomon Kane, Sonja e Conan (sua obra-prima) que o autor texano trouxe um pouco mais a magia, selvageria e a coragem para a Fantasia. 

"𝐶𝑜𝑛𝑐ℎ𝑎 𝑏𝑟𝑖𝑙ℎ𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎, 𝑓á𝑏𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑛𝑜 𝑎𝑙𝑢𝑐𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜... 𝑆𝑢𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 𝑣𝑜𝑐ê 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜𝑢 𝑝𝑜𝑟 ℎ𝑒𝑟𝑎𝑛ç𝑎, 𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑆𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑟𝑟𝑎𝑚𝑎𝑑𝑜. 𝑂 𝑡𝑟𝑜𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑞𝑢𝑖𝑠𝑡𝑒𝑖 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒 𝑒 𝑠𝑢𝑜𝑟, 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝑟𝑜𝑚, 𝑛ã𝑜 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎𝑟𝑒𝑖 𝑗𝑎𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑠𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑜𝑢𝑟𝑜 𝑜𝑢 𝑎𝑚𝑒𝑎ç𝑎𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑆𝑎𝑔𝑢õ𝑒𝑠 𝐼𝑛𝑓𝑒𝑟𝑛𝑎𝑖𝑠!"

Dançando sobre Ossos - Contos de Arkrán

Dançando sobre Ossos - Contos de Arkrán

Do escritor Vitor Morais @enigma_de_crom, trago aqui Dançando sobre Ossos - Contos de Arkrán, publicado em 2021.

O livro é uma antologia ao estilo Espada & Feitiçaria onde encontramos misticismo e ancestralidade em meio as terras selvagens de Xutar, nas colinas dos Rorys ou pelas bênçãos eternas de Yexalah.

Com um belíssimo prefácio escrito por @rodrigo.martins.escritor, o livro traz seis contos onde podemos notar a diversidade fantástica de mundos mitológicos com influências da África Setentrional até a Subsaariana. São histórias onde a magia e a violência são unidas de uma forma quase poética e romântica. 

Das aventuras do mouro Sarib Fahir, de Kulad, o guerreiro destemido que enfrenta as feitiçarias do deserto, das batalhas de Kimsha, do deslumbre mágico de um eunuco e da força das guerreiras Nyssa e Tessália - Arkrán é o universo mais atraente e selvagem da literatura fantástica. 

Vitor Morais @nigma_de_crom cria, com este livro, uma narrativa hipnótica e insere ótimos elementos característicos da Espada e Feitiçaria como o exótico, o épico e o sobrenatural, ou seja, aquela mistura grandiosa das Mil e Uma Noites com Robert E. Howard, sua maior influência.

O livro possui uma excelente diagramação e ótimas ilustrações da @erika.scath e @tnp_pontes e uma belíssima capa feita pela artista @cristinasoile . 

Dançando sobre Ossos - Contos de Arkrán é uma leitura nacional necessária para que os leitores possam conhecer e apreciar não só o gênero Espada e Feitiçaria, mas também a natureza linguística de sua composição. 

Recomendo demais!

Lua Negra - Contos de Arkrán

Lua Negra - Contos de Arkrán

No clima Espada & Feitiçaria, apresento aqui uma das minhas leituras preferidas no estilo, onde os elementos de ocultismo e fantasia formam a incrível estória chamada Lua Negra - baseado no universo de Arkrán, escrito por Vitor Morais do  www.instagram.com/enigma_de_crom. 

O conto narra a missão de um guerreiro mouro chamado Sarib Fahir na busca de um feiticeiro que está prestes a evocar uma divindade obscura. Para impedi-lo, ele tem ajuda crucial da rijra chamada Lilih, uma cortesã de poderes místicos que o ajudará combater o despertar do Deus Sombrio.

Bom, por ser um conto curto, notamos a perícia do autor em colocar na trama muitos elementos do sword and sorcery como cidades misteriosas, magia arcana e descrições incríveis de símbolos, costumes e até marcas tribais. Porém o diferencial é que todos esses elementos descritivos são oriundos da África subsaariana, das culturas berberes e de povos de origem hindu. Tudo isso torna o conto muito mais interessante e exótico.

Outro ponto positivo do conto é a narrativa: coesa, fluida, bem desenvolvida e organizada. As influências descritivas de  autores como Robert E. Howard e Roy Thomas estão presentes não só em locais e lugares, mas também nas personalidades e atitudes de vários  personagens como o próprio Sarib e Lilih.

É uma boa leitura e recomendo não só para fãs de fantasia, mas também aos leitores que querem ler uma aventura diferente, num ambiente mais épico, pulp e sombrio.

Para saber mais sobre sobre o universo de Arkrán visite o wattpad do autor e confira também esse conto na antologia Setenário Sombrio: Estranhos Contos Transeuntes, publicado em setembro de 2020 e disponível na Amazon.

"O mouro tinha a marca de Yêxalah: símbolos grafados na pele escura, um sol no centro da fronte e uma linha horizontal de estrelas, abaixo dos olhos que cruzavam sua face."