sexta-feira, 21 de maio de 2021

As Crônicas de Awa

As Crônicas de Awa

Em parceria com o escritor e professor Marcos F. Vitsil, apresento está incrível saga de fantasia e RPG: As Crônicas de Awa - Os Paladinos do Sol, publicado pela Editora Pluralidades.

Os Paladinos do Sol se inicia com a história de Kaluanã, um rapaz que cresceu numa aldeia indígena e que ao longo de sua vida desenvolve poderes sobrenaturais. 

Certo dia, o pajé da tribo descobre um portal para outro mundo através de rituais e partir daí inicia uma aventura repleta de muitos mistérios e revelações. 

O livro apresenta todos os arquétipos da Fantasia: a luta do bem contra o mal, a jornada do herói e diversos tipos de raças, lugares e criaturas todas conectadas de alguma forma com o universo Awa.

Além da cultura indígena brasileira também vemos dos povos astecas, maias e incas, assim como seres mitológicos e descrições de paisagem fantásticas. 

O mais interessante da obra é a interligação do mundo com a Biologia e tendo como pano de fundo o role-playing game. Os personagens são dos mais diversificados e muitos vem de influências dos alunos do autor inseridos em meio a dinastias e reinos.


O livro também contém belas ilustrações, mapas territoriais, uma linha temporal de Awa e várias notas de rodapé (o que facilita bastante no entendimento). Mesmo o leitor/jogador pode sentir falta das fichas ou tabelas com regras, mas aqui nessa obra é tudo muito simples e bem estruturado tendo como base o Dungeons & Dragons com algumas adaptações o que não afeta ou dificulta na jogabilidade.


Uma leitura agradável e ao mesmo tempo ousada, pois a simbiose entre a Fantasia e a Biologia tornou o livro mais harmonioso e com aquela vontade de jogar, aprender e admirar o universo Awa.


Que venha mais!






segunda-feira, 10 de maio de 2021

O Livro dos Mortos do Antigo Egito


O Livro dos Mortos do Antigo Egito é considerado um dos textos mais antigos e mais influentes da Antiguidade.

Com tradução do arqueólogo inglês E. A. Wallis Budge (1857-1934), a edição da Editora Madras está dividida em três partes: Introdução (dá um pequeno resumo histórico sobre o livro), as Pranchas ou trechos do papiro (são 60 pranchas com algumas partes traduzidas com direito a notações de rodapé) e o Glossário (na minha opinião com pouca informação mediante a vasta diversidade de palavras e deuses que o livro possui).


As Pranchas (partes do papiro) contém imagens do famoso papiro de Ani - um antigo escriba egípcio e membro do Templo de Amon.

O papiro começa com Ani, acompanhado pela esposa Thuthu, louvando o deus-sol Rá e Osiris, senhor e governante de Duat (ou submundo, reino de Osíris e lar de outros deuses e seres sobrenaturais). 

Os trechos seguintes mostram as cerimônias de "pesagem do coração" e da "abertura da boca": a procissão fúnebre de Ani e seu corpo mumificado sendo posto na tumba; e seus encontros com vários deuses no curso de sua jornada através do Duat. O papiro culmina com a chegada de Ani nos Campos de Paz ou Juncos (também conhecido como Sehket-Aru, o Paraíso).


É bem interessante ver toda a magnitude e simbolismo que os hieróglifos representavam para os egípcios nos rituais da vida após a morte. Mesmo que você não entenda o seu significado, é difícil não se encantar com a sua beleza gráfica. 

A medida que a leitura se torna mais abrangente, percebemos o quanto a civilização ocidental, de maneira errônea, chamavam esses papiros de "livros dos mortos". É muito mais que isso - os textos mostram que a morte é apenas um caminho normal a se percorrer. Para os egípcios, tudo isso fazia parte do conhecimento humano; compreender e aceitar a morte, mesmo que seja com a ajuda dos deuses.


Recomendo para os fãs de História Antiga e para os querem conhecer um pouco mais sobre o Egito Antigo.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A Sombra da Cidade Alta - Crônicas de Valaenor

A Sombra da Cidade Alta

Em parceria com a Editora Pendragon venho mostrar uma fantasia medieval do autor M. S. Siqueira : A Sombra da Cidade Alta - Crônicas de Valaenor; obra publicada em 2020.


"Na cidade de Brava Solaris, em meio à sétima era do mundo, Nóc, uma elfa da Lua, renegada pelo seu povo, encontrou uma nova família e estabeleceu seu clã. Mas quando sua mais nova protegida se vê em perigo, ela parte em busca de uma solução considerada impossível. Sua jornada se entrelaça com a situação do palácio, onde o trono está vazio. O rei trava uma batalha pela própria vida contra uma doença que já levou seu pai enquanto a família real permanece absorta em seus jogos de poder e sucessão, alheia às necessidades do povo e aos problemas que cercam o reino. Mas nada disso se compara com o perigo que os espreita. Uma ameaça deseja retornar na forma de uma ordem de cavaleiros extremistas que, cegos pelas suas crenças, pretendem retomar o poder que tiveram no passado, ameaçando pôr um fim à era da luz. Poderá Nóc proteger sua família enquanto impede que o mal mude realidade da sétima era do mundo?"


Bom, o livro apresenta uma história de aventura pura e simples. 

Em capítulos bem divididos, o autor nos apresenta uma fantasia medieval centrada na ação e emoção dos personagens. 

Não vemos muito do continente de Daerong, mas sim da cidade de Brava Solaris com suas casas, becos e tavernas. Num ritmo nitidamente influenciado pelo RPG, vemos a protagonista Nóc com seus dilemas, propósitos e poderes. Ao lado dela estão os seus companheiros do Clã Andanoite em lutas incríveis. Inclusive os membros do clã são de várias raças e classes (bem ao estilo RPG) e que define bem o ponto de equilíbrio da trama, com toques leves de humor, bravura e superação.


Destaque também para a apresentação gráfica do livro: capa, arte, cores, design, tudo muito bem feito e caprichado. 


É um bom livro com uma uma escrita simples e inteligente mostrando que o autor está no caminho certo. 

Que venha a continuação!




sábado, 17 de abril de 2021

Contos Inacabados

Contos Inacabados


Contos Inacabados de J. R. R. Tolkien é um conjunto de narrativas que se estendem desde o tempo de O Silmarillion - os Dias Antigos da Terra-Média - até o fim da Guerra do Anel, em O Senhor dos Anéis, ou seja, um apanhado dos principais acontecimentos ocorridos na Primeira, Segunda e Terceira Era.


Aqui o leitor encontrará as grandes histórias e relatos como o de Gandalf sobre como chegou a enviar os anões à celebrada festa em Bolsão, o surgimento do deus marinho Ulmo diante dos olhos de Tuor na costa de Beleriand (ricamente ilustrada na capa feita por John Howe), a organização militar dos Cavaleiros de Rohan e a linhagem dos reis de Númenor e sua geografia, incluindo o mapa. 


Mas, o ápice dessa obra é NARN I HÎN HÚRIN - O Conto dos Filhos de Húrin. 

Para mim uma das melhores histórias já contadas da Primeira Era onde é narrada a trágica saga de Túrin Turambar, desde a sua infância até seu épico final junto com o infame dragão Glaurung.


Christopher Tolkien editou arduamente toda essa imensa coleção de manuscritos, trechos e até rascunhos deixados por seu pai e cuidadosamente escritos e colocados de maneira que não ficassem desordenados ou fora de contexto. 


Não é um livro fácil para iniciantes na obra de Tolkien. 

É necessário que já tenha lido as três principais obras: O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion para um melhor entendimento. 

Porém, para os mais avançados, é uma leitura maravilhosa com bastante carga explicativa e quase didática. 


Então procure ler primeiro a tríplice (que é assim que eu costumo chamar) de J. R. R. Tolkien e vá fundo nos Contos Inacabados e verá o quanto é emocionante e até divertido conhecer essa incrível mitologia.



quarta-feira, 7 de abril de 2021

Spawn

Spawn

Spawn é um personagem de quadrinhos criado por Todd McFarlane em 1992 pela Imagem Comics.


Al Simmons era o agente da CIA que após ser morto em uma emboscada tramada por seu chefe, ele vai parar diretamente no Inferno. Lá, ele ganha poderes após negociar com o demônio chamado Malebolgia para ter sua vingança e se tornar um Spawn - "cria do inferno".


Frank Miller, Alan Moore, Neil Gaiman, Brian Holguin e vários outros escritores já fizeram (e fazem) de Spawn um dos personagens mais cultuados e sombrios do mundo dos comics.


Mostrando aqui com orgulho a primeira edição publicada aqui no Brasil em março de 1996. 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Batman - A Piada Mortal

Batman - A Piada Mortal

Conhecida como a versão definitiva da origem do Coringa, o arqui-inimigo do Batman, A Piada Mortal é a obra clássica das HQs com vários prêmios e sendo um dos mais vendidos na lista do The New York Times em 2009.

Publicado originalmente em 1988, a trama é uma mistura de elementos clássicos da busca por justiça, entrelaçada com a sanidade e bom senso contra a loucura desenfreada e impregnada da violência e sadismo.

Apesar do roteiro perturbador e ao mesmo tempo envolvente, Alan Moore mostra em sua escrita que o conceito de loucura e justiça estão juntos e misturados e que ninguém é culpado ou inocente. Talvez essa seja a grande piada que se faz presente na obra. 

A arte de Brian Bolland é linda e ao mesmo tempo real e diabólica. Seus traços fazem mostrar toda a carga emocional dos personagens (a feição facial do Gordon vendo as fotos da filha é algo perturbador) e o olhar do Coringa em certos momentos beira à demência na sua perturbadora maneira de agir, de falar e pensar.

Em paralelo a estória, foi genial ilustrar a parte da gênesis do Coringa em tons mais opacos e realçando a cor apenas em alguns objetos da cena. Isso mostra a profundidade de certos momentos do "flashback" em que algo possa advertir e modificar um deslumbramento ou uma ação, ou seja, simplesmente mágico.

Essa é a magia que acontece somente nos quadrinhos e que só os quadrinhos pode visualmente proporcionar.


Nessa versão especial de luxo, ainda contém a hq Batman n°1 de 1940 com roteiro do Bill Finger e arte por Bob Kane e Jerry Robinson - um bônus que é pura nostalgia.


Mais que recomendável - é essencial.







terça-feira, 16 de março de 2021

O Sobretudo Vermelho Afogado - A Bruxa

O Sobretudo Vermelho Afogado - A Bruxa

Com a vida afogada  em sangue, a bruxa protegida pela deusa Isis do Antigo Egito, quer vingar aqueles que se foram. Mas, matar uma criança ou acordar mais um Anjo Divino, está fora de cogitação! Porém, se quiser salvar as almas que queimam no inferno, precisará quebrar os seus princípios. Kathleen Nightshade terá essa coragem?
O desrespeito que o bruxo Morgan tem pela vida humana, não só irrita Kathleen, como também cria uma corrida para ver quem vai achar a Criança Fantasmagórica primeiro.
Em meio a revelação bombástica, a bruxa do sobretudo vermelho encontra a causadora de todo o seu sofrimento. Face a face contra poderosa inimiga, ser a Bruxa da Noite será suficiente?


Bom, o livro é recheado de ação e de reviravoltas a cada momento colocando-as num contexto um tanto quanto surpreende e sombrio. Personagens como a vampira Lydia, Morgan e Einne estão no ápice da loucura e sadismo sem precedentes. Já outros personagens como o Saci e o aprendiz Theo dão um toque mais leve e humorado na trama. 
Em meio a flashbacks perturbadores e lutas de tirar o fôlego, o livro se transforma num turbilhão de sangue, monstros inimagináveis, magia, desespero e muito gore. 
 
Nota-se também uma boa evolução na escrita do autor: mais rítmica, coesa e bem estruturada. 
Mesmo com o clima pesado do livro, ouso a dizer que a obra é uma dark fantasy onde você não sabe aonde vai pisar e se isso acontecer pode acarretar consequências inimagináveis. 

Uma das coisas que eu mais gostei foi a ambientação da saga. Apresentar todo esse universo insano no interior paulista foi uma ótima sacada e faz com que toda a realidade fantástica nela introduzida seja cruel, violenta e maléfica.

Outro ponto positivo no livro é a qualidade gráfica com ótimas artes, cortes e cores. 
Sem dúvida vale a pena conhecer essa duologia onde a fantasia caminha lado a lado com a insanidade e a loucura.
É por sua conta e risco.



"- Sabe, eu percebi que você ficou muito triste pelas pessoas que eu matei. Por isso resolvi alegrar a tua vida! Então, decepamos as melhores partes das tuas amigas, e reunimos tudo num corpo só. E aí, vai dizer que não ficou legal?"