Ruination

Ruination 

League of Legends é um fenômeno que conta com mais de cem milhões de usuários ativos que consomem avidamente novos conteúdos do gênero multiplayer online battle arena (MOBA). 

Depois que a Netflix e a Riot lançaram Arcane, a bem-sucedida série baseada no game que alcançou o n°1 na plataforma mundial após seu lançamento e expandindo seu universo. 

Então trago aqui uma das melhores leituras de 2023 - Ruination - a primeira história oficial de League of Legends, do escritor australiano Anthony Reynolds (Warhammer Chronicles) e publicado pela Galerar Record.

O livro traz a história de Kalista, uma guerreira das terras de Camavor que se torna conselheira e protetora de seu tio Viego. 

Mas um atentado que acaba atingido a rainha Isolde, faz com que o rei caia em loucura e tristeza, arrastando para as profundezas todo o reino. Agora Kalista terá que manter e garantir a sanidade de seu soberano.

Bom, Reynolds escreveu uma história que pudesse agradar a fanbase de League of Legends tanto quanto aos leitores tradicionais de fantasia épica. Na minha opinião ele conseguiu esse feito com um enredo simples, nada muito extravagante e sem descrições exageradas. Estrategicamente os textos ficaram bem leves deixando leitura incrivelmente rápida e fluida.

Os personagens são cativantes com ótimas motivações em arcos bem interessantes. Apreciei vários pontos de vista de diferentes visões como o de Viego, Erlok Grael e Hecarim. Ryze é impetuoso e o crescimento de seu caráter foi o que mais me agradou. Vennix é a minha preferida, simplesmente irreverente e ousada.

Outro ponto que gostei bastante no livro é arte gráfica. Com belos desenhos dos personagens, mapas e uma capa de encher os olhos dos fãs de fantasia épica. 

Ruination é o primeiro de uma saga que provavelmente irá agradar os leitores de fantasia épica mesmo sem conhecer o universo gamer de League of Legends. 

Uma história sobre magia, vingança e que de certa forma resgata o estilo old school da Fantasia. 

Um bom começo.

Legends of Legends 

132 anos de J. R. R. Tolkien

Tolkien - A Biography 

Dica boa neste dia é ler a sua biografia autorizada - Tolkien: A Biography, escrita por Humphrey Carpenter e originalmente publicada em 1977.

Ele retrata um homem que viveu com a modéstia de um hobbit, desfrutando dos prazeres do lar, mas envolvido em uma história verdadeiramente grande na qual desempenhou um papel muito significativo na literatura fantástica.

#leiatolkien

P.S.: Esta é a minha cópia da primeira edição publicada pela Ballantine Books em setembro de 1978.

Tolkien - A Biography 

Contos dos Orixás

Contos dos Orixás 

Leitura finalizada dessa belíssima graphic novel Contos dos Orixás - 4ª edição, roteirizada e desenhada por Hugo Canuto em meados de 2022.

O enredo traz Olorum e o início da criação do Universo. Em seguida começa uma aventura épica entre os orixás Xangô, Oyá, Exu, Ogum e Oxum contra o vilão Ajantala e sua horda que estão atormentam cidades e vilarejos.

Em um conceito bem trabalhado e simples, a graphic novel é uma preciosidade harmoniosa e clássica.

Canuto mostra em seus traços todo o fundamento e vibração da mitologia yorubá com inspiração no trabalho de Jack Kirby.

Podemos notar semelhanças nas linhas arquitetônicas e cores nos lugares e palácios. Para os fãs de hqs dos anos 60, verá similaridades em Nova Gênese (DC Comics) e em Asgard (Marvel) feitos pelo saudoso Kirby.

Vemos também ótimos contornos e detalhes nas vestimenta dos orixás, mesclando trajes e adereços africanos com armaduras típicas de super-heróis. Há bastante ação, boas lutas e batalhas incríveis, ou seja, entretenimento garantido. 

A linguagem dos personagens, nomes, lugares, magia, tudo se respira na cultura yorubá. 

A concepção dos textos e a formação das palavras, mostra o quanto essa obra se torna necessária. Ela carrega uma riqueza cultural de extrema importância para a História e Cultura Afro Brasileira. 

Por tudo isso, Contos dos Orixás é um item obrigatório tanto para os adoradores de quadrinhos como para os leitores conhecerem a riqueza da cultura yorubá e da mitologia africana.

Recomendo demais.

"Alguns desceram para o Aiyê, tomando a forma mortal. Heróis, Rainhas, Sábios, cujos feitos ecoaram através das eras e, mesmo na sombria travessia, seus filhos carregaram a chama nos corações... e foram chamados Orixás. "

Contos dos Orixás 

A Canção de Bêlit - A Tigreza e o Leão - Tomo 1

A Canção de Bêlit 

A Canção de Bêlit - A Tigreza e o Leão - Tomo 1, escrito por Rodolfo Martinez e publicado pela Editora Avec em 2021.

A história se passa logo depois de “A Rainha Da Costa Negra” — conto escrito originalmente por Robert E. Howard em 1934 na antiga Weird Tales e, relata os três anos de Conan em convivência com a corsária shemita Bêlit.

Conan está em um navio viajando pela Costa Sul do continente hiboriano quando sua embarcação é atacada pelo navio pirata Tigresa comandado pela feroz capitã Bêlit.

Mas o improvável acontece quando a bela shemita se apaixona pelo bárbaro e juntos com a tripulação vivem grandes batalhas e aventuras. 

Bom, primeiramente sou fã de Conan e de todo o universo criado por Robert E. Howard. Desde muito jovem eu devorava as hq's de A Espada Selvagem de Conan de Roy Thomas e alguns antigos e raros pulps em meados da década de 80. 

Então, para mim, foi uma grata surpresa ler e apreciar cada narrativa desse livro.  

Martinez consegue manter as descrições e diálogos quase similares aos de Howard, mas sem deixar de colocar sua originalidade nele. 

Todos os elementos da Espada & Feitiçaria está inserido no livro: as lutas, tramas políticas, profecias e magias. Isso sem contar com os lugares que os fãs de Conan já conhecem de suas aventuras nas hq's como a mística Estígia, Zamora, Messântia.

Ressalto também a construção da personagem Bêlit, pois aqui ela é a destaque. Seu amor pela batalha é selvagem. Uma mulher de atitude única, impulsiva e de personalidade poderosa. 

Seu protagonismo mostra a ferocidade do poder feminino, a personificação de uma deusa imponente de longos e volumosos cabelos negros.

A Canção de Bêlit - A Tigresa e o Leão traz a saudosa magnitude do gênero Espada & Feitiçaria - uma leitura que ao mesmo tempo diverte, mas também traça caminhos siginficativos de luta, verdade, paixão e honra.

Sandman - O Mestre dos Sonhos

Sandman

Sandman - O Mestre dos Sonhos em uma das mais emblemáticas histórias já criadas por Neil Gaiman. 

Chamada como Uma Esperança no Inferno, Morpheus vai até o submundo encontrar uma de suas ferramentas conhecida como o Elmo do Sonho. 

Para isso ele terá um embate épico com o Senhor do Inferno - Lúcifer. 

Uma trama envolvente, cheia de poesia e lirismo com muitas referências ao sobrenatural, gótico e a magia arcana.

Nesta edição de fevereiro de 1990 temos os belissimos traços de Sam Keith e Mike Dringerberg.  Os argumentos de Gaiman mostra sentimentos quase profanos em relação a vida, morte e a essência filosófica de como vemos o mundo. No final temos o desafio onde o que prevalece é a força da esperança. Simplesmente genial. 

Uma obra de arte para ser apreciada, discutida e evocada como um verdadeiro clássico hq.

Sandman 

Os Reis do Wyld

Os Reis do Wyld

Os Reis do Wyld do escritor Nicholas Eames, publicado originalmente em 2017 e lançado aqui pela Editora Tram em 2021.

O início começa com Clay Cooper que está aposentado de sua vida de guerreiro mercenário e vive tranquilamente com sua família até receber a visita de seu amigo Gabriel. Ele pede desesperadamente ajuda para encontrar sua filha que está perdida em um lugar sem chances de sobreviver. Para terem êxito nessa missão suicida, eles vão encontrando seus antigos companheiros para mais uma vez reviver seus dias de glória.

A premissa não poderia ser melhor. 

O livro traz a descontração e o humor escrachado que há tempos não existia nas obras de Fantasia épica. 

As linhas descritivas estão bem fluidas, criando desenvoltura e harmonia na leitura.

Com textos simples e sem muita enrolação, a obra traz inúmeras referências e clichês de criaturas e ambientes de Dungeons and Dragons. Não é a toa que ao lermos certos trechos, temos a sensação de estarmos numa verdadeira mesa de RPG. 

Outro ponto positivo e talvez o mais interessante são as incontáveis referências ao universo rock 'n' roll. Bandas e cantores famosos, instrumentos musicais, lugares de shows e equipamentos de palco - o livro é uma enxurrada de alusões ao rock, inseridos em lugares, sobrenome dos personagens, armas, artefatos e por aí vai.

Um diferencial bem atrativo no livro é a capa. Ela realmente mostra a descontração dos personagens principais, algo bem diferente da arte original do livro importado. Hoje eu entendo que a arte feita pelo ilustrador aAmaury Flho se mostrou necessária para manter a vibe do livro.

Enfim, Os Reis do Wyld é uma Fantasia divertidissima que consegue entreter da maneira correta e alcança o seu objetivo: não levar a Fantasia tão a sério, pois a vida já é rock 'n' roll demais.

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego 

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego é o terceiro livro do autor Afonso Solano e publicado pela Editora Leya em meados de 2022.

A história traz Adapak em meio a um culto fanático religioso e tentando sobreviver em meio a traições e desconfianças, enquanto isso a sua amiga Sirara traça um plano de busca ao seu paradeiro.

Bom, a história dá sequência as obras anteriores, O Espadachim de Carvão (2013) e As Pontes de Puzur (2015), com boas linhas narrativas, isso sem contar com aquela mistura sagaz de Rpg/Espada & Feitiçaria fazendo com que a obra tenha um conceito original bem característico.

Contudo, eu esperava um pouquinho mais. Talvez por estar acostumado com o ritmo frenético e aventureiro da saga, mas aqui parece que temos uma diminuição na cadência da trama. 

O livro traz regularidade e desenvolvimento dos personagens e finaliza com um bom gancho para o próximo livro.

A ingenuidade de Adapak se perpetua na trama, pois ele ainda está em meio a descobertas e reflexões, mas quando ele empunha as espadas Igi e Sumi tudo fica mais interessante. 

Adapak 

As descrições dos Círculos Tibaul continuam sendo uma das coisas mais incríveis nas lutas e, o universo de Kurgala expandiu maravilhosamente com infinidades de Leis e Deuses. 

Destaque também para as ilustrações feitas por Solano em cada capítulo (uma mais linda que a outra) e a belíssima arte da capa de Rafael Damiani.

Enfim, O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego continua sendo uma boa sequência para os fãs de Adapak poderem acompanhar, mas para mim deixou aquela sensação de que poderia ter sido muito melhor.

O Espadachim de Carvão