quinta-feira, 19 de maio de 2022

A Ruína de Noltora I - Máscaras para os Mortos

A Ruína de Noltora - Máscaras para os Mortos

Do escritor M. P. Neves, trago aqui A Ruína de Noltora - Máscaras para os Mortos, publicado em 2021 pela Editora Virafolha.

O livro apresenta Noltora, um continente que foi devastado por um cataclismo mágico e que nações fragilizadas lutam para se reerguer, enquanto forças ocultas entram em rota de colisão pelo domínio dos restos de uma terra arrasada.

Hakim é um jovem guerreiro que foi escolhido pelos altos sacerdotes para ocupar o lugar do Deus-Rei de Var Khalad. Porém, ele precisa defender o império contra monstros anfíbios conhecidos como abissais. Contudo, ele depreende que a ameaça maior ao seu povo surja daqueles que mais confia: os próprios sacerdotes.

Moira, uma jovem dos clãs bárbaros do Povo das Cinzas, perdeu tudo o que amava para o fogo divino de Var Khalad. Em sua busca por vingança, ela encontra o poder da necromancia.

Difícil não se maravilhar com o mundo sombrio criado por M. P. Neves. Com uma narrativa bem envolvente, cada página é um deslumbre em ação, intriga e feitiçaria. Os capítulos, as vezes, são alternados entre Hakim e Moira o que deixa a leitura mais atrativa e menos cansativa. O sistema de Necromancia criado no livro é perfeito e minuciosamente explicado com direito a glossário. Vi muitas influências de RPG do World of Darkness (Vampiro, a Máscara e Mago, a Ascenção) e nesse quesito, para mim, combinou muito bem.

Outro ponto positivo aqui são as descrições das batalhas e lutas. São descritas de modo épico e sem exageros, exemplo disso é a batalha dos Abissais, algo simplesmente matador. Inclusive criaturas como os mortos-vivos, os abissais e outros seres do continente de Noltora são bem desenvolvidos e abrilhantam ainda mais a história. 

O livro também possui uma arte gráfica incrível tanto na capa quanto no design e apresenta uma boa formatação de fonte, estrutura e texto.

Para quem quer ler algo diferente e épico, recomendo demais essa obra que já se tornou uma das minhas preferidas nesse ano de 2022. 

domingo, 15 de maio de 2022

Cavaleiro da Lua

Cavaleiro da Lua

Com o final da primeira temporada de Cavaleiro da Lua da Marvel Studios, resolvi dar uma lida e relida em alguns quadrinhos desse enigmático herói. 

Para os desavisados, Cavaleiro da Lua não é um personagem novo. 

A primeira edição é datada de agosto de 1975 e no Brasil chegou em meados dos anos 80 nas revistas do Capitão América.

Nas hqs, Marc Spector foi um assassino e depois, um herói (chegou a fazer parte dos Vingadores). Ministrando vingança em nome do seu senhor Khonshu, Deus da Vingança, Deus da Lua, assumiu o nome daquele que idolatrava e tornou-se seu cavaleiro.

Envolvendo muita ação, suspense, investigação, violência e sangue, Cavaleiro da Lua nos quadrinhos é bem mais interessante e visceral ao ponto de até questionarmos se realmente ele é um herói ou não. 

Em 2006 a arte de David Finch com os detalhes de Danny Miki fazem com que o visual do personagem seja mais cruel, real e assustador. 


Apesar da série Marvel/Disney também ter suas qualidades, principalmente explorando a esquizofrenia e a mitologia egípcia que rodeia o personagem, os quadrinhos do Cavaleiro da Lua não é para todos. Ou você ama ou você odeia - por ser sarcástico, violento, cru e obscuro até mesmo para um herói (?) vestido de branco. Lembrando que a leitura de Cavaleiro da Lua no Marvel Action é acima dos 16 anos, então se prepare!

Como o próprio Marc Spector diz em suas HQ's: 

"... um sacerdote não muda as cores do seu hábito para torná-lo mais conveniente.

Não. Ele usa com orgulho, a serviço de seu deus.

Algumas pessoas entendem.

Sabia que era em louvor a meu senhor Khonshu, para agradecê-lo por fazer de mim sua espada vingadora."



sábado, 23 de abril de 2022

Dia Mundial do Livro

Dia Mundial do Livro

"Ler é um ritual que implica gestos, posições, objetos, espaços, materiais, movimentos, modulações de luz. Para imaginarmos como liam os nossos antepassados, precisamos de conhecer, em cada época, essa rede de circunstâncias que rodeiam o íntimo cerimonial de entrar num livro."

Irene Vallejo

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Star Wars - Destiny's Way

Star Wars - Destiny's Way
Destiny's Way é um livro escrito por Walter Jon Williams e publicado em outubro de 2002. A obra faz parte da saga Star Wars - 

The New Jedi Order (não canônica) num total de 19 livros publicados. A série gira em torno de eventos descritos 25 anos depois de O Retorno de Jedi.


Em Destiny's Way há uma guerra contra os implacáveis ​​Yuuzhan Vong ( fanáticos religiosos, que vêem a tecnologia mecânica como blasfêmias). Suas inovações tecnológicas foram geneticamente modificadas e puramente orgânicas dando uma certa vantagem na guerra contra a Nova República. Mas aqueles que se recusam a uma rendição – Luke Skywalker, Han Solo, Leia Organa Solo e seus filhos e companheiros de armas – estão determinados a conquistar a vitória contra todas as probabilidades. E agora, finalmente, há sinais de que a maré pode estar virando a favor da Nova República. 

Enquanto isso, Luke Skywalker tenta restabelecer o Conselho Jedi e no mesmo, é revelado uma arma aterrorizante projetada para aniquilar os Yuuzhan Yong e finalizar a guerra de uma vez por todas. Mas, ao fazê-lo, eles podem estar condenando a Nova República a se tornarem exatamente o que juraram lutar – e liberar o Lado Sombrio da Força.


Eu gostei demais dessa aventura Star Wars. Voltada mais para a família Solo/ Skywalker, conhecemos a vida familiar e as consequências em manter o espírito livre e de justiça da Nova República. No livro temos muita ação, batalhas incríveis, conflitos políticos e bons personagens que influenciam direta ou indiretamente na história. Uma parte bem interessante da história é a relação entre Luke e Jacen.

Luke Skywalker treina Jacen Solo (filho de Han Solo e Leia Organa Solo) como seu aprendiz Jedi. Jacen aprende muito com Luke, embora eles discordem em muitas questões filosóficas. Contudo, ambos acreditam na Força não apenas como uma ferramenta, mas como parte de algo maior, um guia para encontrar seu lugar no destino. A pura filosofia Star Wars.

Jacen foi apontado como uma influência para Kylo Ren, o filho canônico de Han e Leia e vilão da trilogia da sequência Star Wars.

Uma boa leitura para os fãs conhecerem um outro lado canônico da saga.


Que a Força esteja com todos vocês.


quinta-feira, 7 de abril de 2022

A Companhia Negra

A Companhia Negra do autor estadunidense Glen Cook é o primeiro de uma série de livros (conhecido como Crônicas da Companhia Negra) de Dark Fantasy Medieval.


A Companhia Negra

Inicialmente publicada em meados de 1984 (aqui somente em 2012), a história é contada por Chagas, médico e escriba que acompanha uma tropa de mercenários conhecidos como Companhia Negra - uma força militar que antigamente era conhecida pela atitude e nobreza de seus feitos. 


Contratados por Apanhador de Almas que oferece uma oportunidade para se juntar aos exércitos da Dama - uma misteriosa feiticeira que despertou de um sono milenar. Eles tem como objetivo esmagar os rebeldes que lutam contra ela, mas Chagas e alguns de seus companheiros acham que talvez estejam lutando pelo lado errado. Talvez. 

E em meio a traições, lutas e reviravoltas, eles tentam sobreviver em nome da honra e da glória que já tiveram.


Bom, o autor possui uma escrita simples, crua e sem firulas. As longas descrições típicas da literatura fantástica são deixadas de lado e o que fica é o realismo das lutas, dos feitiços e das tramas. 

É impressionante que em certos momentos ficamos desconfortáveis a situações que a Companhia enfrenta como uma invasão a um vilarejo ou buscando seus espólios. É aí vemos o que é a realidade da guerra. 

Os personagens são impactantes e bem colocados na narrativa. Apesar de Chagas ser o protagonista e que registra toda as atividades dos soldados, eu gostei bastante de Duende e Caolho (os feiticeiros da Companhia). Eles são ao mesmo tempo hilários e assustadores principalmente quando invocam seus feitiços ou quando estão disputando um carteado ou jogando dados. 

Os Tomados (feiticeiros transformados a base de tortura maligna) e alguns metamorfos e demônios povoam este mundo sombrio e cruel.

É uma obra de Espada e Feitiçaria que irá agradar em cheio aos fãs de Robert E. Howard, Bernard Cornwell e também aos leitores que querem se enveredar para algo mais Dark Fantasy. 


Uma leitura brutal e viciante!

quarta-feira, 23 de março de 2022

Ana Lúcia Merege


Postando aqui os livros da minha escritora favorita de Fantasia Ana Lúcia Merege.


Com influências que vão de Ursula K. Le Guin à Marion Zimmer Bradley, sua escrita é muito atrativa e de fácil entendimento.   

Com suas coletâneas, contos de fadas e também seu incrível mundo fantástico de Athelgard - todos publicados pela Editora Draco - Ana Lúcia Merege elevou a Fantasia Nacional a um patamar único, encantador e surpreendentemente fantástico.


Para mais informações, conheça o blog www.castelodasaguias.blogspot.com ou vai lá no perfil da autora, siga, curte e compartilhe. 

Instagram: @anamerege


Boa leitura!



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Três Badaladas

Três Badaladas

Trago aqui um dos contos mais legais que já li do escritor Eduardo Kasse, autor de várias obras de ficção histórica e coletâneas como Excalibur, Medieval, Magos e Duendes - Saga Vikings e da Série Tempos de Sangue, todos publicados pela Editora Draco.

Três Badaladas é um conto relatado por Leo, um jovem professor de História que acaba lendo um manuscrito de seu pai, escritor, sobre o papa João XII, considerado o mais cruel e libidinoso da história vaticana medieval.

É simplesmente incrível como um conto pode te atingir em cheio mediante a um humor obscuro de uma história repleta de crueldade e lascívia. O autor descreve bem o sarcasmo, a arrogância e a perversidade de uma época que a Igreja da Idade Média vivia a corrupção da mente e da alma em benefício próprio.

Com misturas que vão do suspense ao gore, aliados a uma narrativa simples que nos prende ao cenário caótico e impuro, Três Badaladas tem como objetivo mostrar a crueldade medieval, profana e dissimulada de maneira inteligente e ácida.


Recomendo demais!


"Os sinos tocavam para avisar que o mal retornara a Roma. 

Os sinos badalavam: ali era a entrada do Inferno."