quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A Rainha do Ar e das Sombras

A Rainha do Ar e das Sombras
Da saga O Único e Eterno Rei - Volume II, a história é direcionada para a bela e fútil Morgause, meia-irmã de Arthur, irmã de Morgana, filha do Conde da Cornualha e de Igraine, mãe de Arthur. Além de feiticeira e esposa do Rei Lot, é também mãe de quatro filhos: Gawaine, Agravaine, Gaheris e Gareth. Criados ao léu, sem noção do que é certo ou errado, os meninos tentam de tudo para agradar e chamar a atenção da mãe, às vezes de maneira cruel. 

Além deles, há outros personagens bem interessantes como São Toirdealbach, um santo caído, dado a bebida e tutor dos filhos de Morgause e Sir Palomides, um cavaleiro sarraceno que vive grandes aventuras (na maioria cômicas) com o Rei Pellinore junto com a Besta Gemente.


Já Arthur está em guerra com os gaélicos.O Rei se torna um grande combatente e estrategista, porém ingênuo em algumas situações. Também vemos como e porque a Távola Redonda foi criada. Merlin nos explica porque todas as guerras são injustas exceto uma, e nos faz descobrir qual é a única razão que justifica um reino se erguer contra um outro. Mas há um problema grave: com tantas idas e vindas no tempo, Merlin anda esquecido. Ele sabe que deveria dar a Arthur uma informação importantíssima, mas não se lembra o que é.


Bom, neste segundo volume, T. H. White nos brinda com uma história repleta de humor refinado e passagens medievais deslumbrantes. O anacronismo ainda continua presente com destaque nas ações de Arthur, Merlin e Morgause.O livro é bem curto (tem apenas 152 páginas) porém é intenso, divertido e nos deixa com aquela típica expectativa de que algo está por vir e que será mais empolgante e trágico ao mesmo tempo. O destaque maior ainda são as artes de Alan Lee que com seu magnífico traço, mostra todo o sentimento e beleza dos personagens e do cotidiano medieval.



"A rainha saiu silenciosamente da cama e foi até sua arca. Desde que o exército voltara, tinham lhe falado sobre Arthur - sobre sua força, charme, inocência e generosidade.  Seu esplendor ficara óbvio, mesmo através da inveja e suspeitas daqueles que ele havia derrotado. Também falaram de uma moça chamada Lionore, a filha do Duque de Sanam, com quem o jovem supostamente tinha um romance.  A Rainha abriu sua arca na escuridão e se aproximou do raio de luar que entrava pela janela, segurando alguma coisa em suas mãos."