terça-feira, 28 de novembro de 2023

Os Reis do Wyld

Os Reis do Wyld

Os Reis do Wyld do escritor Nicholas Eames, publicado originalmente em 2017 e lançado aqui pela Editora Tram em 2021.

O início começa com Clay Cooper que está aposentado de sua vida de guerreiro mercenário e vive tranquilamente com sua família até receber a visita de seu amigo Gabriel. Ele pede desesperadamente ajuda para encontrar sua filha que está perdida em um lugar sem chances de sobreviver. Para terem êxito nessa missão suicida, eles vão encontrando seus antigos companheiros para mais uma vez reviver seus dias de glória.

A premissa não poderia ser melhor. 

O livro traz a descontração e o humor escrachado que há tempos não existia nas obras de Fantasia épica. 

As linhas descritivas estão bem fluidas, criando desenvoltura e harmonia na leitura.

Com textos simples e sem muita enrolação, a obra traz inúmeras referências e clichês de criaturas e ambientes de Dungeons and Dragons. Não é a toa que ao lermos certos trechos, temos a sensação de estarmos numa verdadeira mesa de RPG. 

Outro ponto positivo e talvez o mais interessante são as incontáveis referências ao universo rock 'n' roll. Bandas e cantores famosos, instrumentos musicais, lugares de shows e equipamentos de palco - o livro é uma enxurrada de alusões ao rock, inseridos em lugares, sobrenome dos personagens, armas, artefatos e por aí vai.

Um diferencial bem atrativo no livro é a capa. Ela realmente mostra a descontração dos personagens principais, algo bem diferente da arte original do livro importado. Hoje eu entendo que a arte feita pelo ilustrador aAmaury Flho se mostrou necessária para manter a vibe do livro.

Enfim, Os Reis do Wyld é uma Fantasia divertidissima que consegue entreter da maneira correta e alcança o seu objetivo: não levar a Fantasia tão a sério, pois a vida já é rock 'n' roll demais.



quinta-feira, 16 de novembro de 2023

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego 

O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego é o terceiro livro do autor Afonso Solano e publicado pela Editora Leya em meados de 2022.

A história traz Adapak em meio a um culto fanático religioso e tentando sobreviver em meio a traições e desconfianças, enquanto isso a sua amiga Sirara traça um plano de busca ao seu paradeiro.


Bom, a história dá sequência as obras anteriores, O Espadachim de Carvão (2013) e As Pontes de Puzur (2015), com boas linhas narrativas, isso sem contar com aquela mistura sagaz de Rpg/Espada & Feitiçaria fazendo com que a obra tenha um conceito original bem característico.

Contudo, eu esperava um pouquinho mais. Talvez por estar acostumado com o ritmo frenético e aventureiro da saga, mas aqui parece que temos uma diminuição na cadência da trama. 

O livro traz regularidade e desenvolvimento dos personagens e finaliza com um bom gancho para o próximo livro.

A ingenuidade de Adapak se perpetua na trama, pois ele ainda está em meio a descobertas e reflexões, mas quando ele empunha as espadas Igi e Sumi tudo fica mais interessante. 

Adapak 

As descrições dos Círculos Tibaul continuam sendo uma das coisas mais incríveis nas lutas e, o universo de Kurgala expandiu maravilhosamente com infinidades de Leis e Deuses. 

Destaque também para as ilustrações feitas por Solano em cada capítulo (uma mais linda que a outra) e a belíssima arte da capa de Rafael Damiani.

Enfim, O Espadachim de Carvão e a Voz do Guardião Cego continua sendo uma boa sequência para os fãs de Adapak poderem acompanhar, mas para mim deixou aquela sensação de que poderia ter sido muito melhor.

O Espadachim de Carvão 

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Império dos Mortos - Primeiro Ato

Império dos Mortos- Primeiro Ato 

Império dos Mortos - Primeiro Ato, escrito pelo genial e saudoso George Romero (1940-2017) e arte de Alex Maleev publicado pela Editora Panini em janeiro de 2017.

A hq se baseia em um de seus roteiros e apresenta uma busca em analisar o convívio de humanos e uma classe mais inteligente de zumbis que poderiam coexistir em uma Nova York pós-apocalíptica - tudo isso liderado por vampiros corruptos.

George Romero traz, na minha opinião, uma de suas melhores histórias sobre zumbis desde O Despertar dos Mortos (1978). 

Acostumado a ilustrar Nova Iorque desde quando estava à frente de Demolidor, Maleev traz desenhos pesados, realistas e que criam um storyboard caótico para uma boa trama de terror.

O desenvolvimento dos personagens se desenrola aos poucos neste primeiro ato da história. Os jogos políticos, a convivência humana e a extrema ambientação sombria são os pontos altos da hq.

Porém, achei os argumentos um pouco confusos e confesso que me perdi nas entrelinhas dos diálogos, talvez pela tradução e revisão um pouco apressada.

Com a introdução saudosa de Stan Lee, Império dos Mortos vale a leitura por ter um ótimo roteiro e uma arte sombria de Maleev que sem dúvida atende muito bem com a brilhante imaginação de George Romero.