Sertão dos Mortos

Sertão dos Mortos 

Faminto e miserável, um homem percorre o árido sertão nordestino até chegar à cidade de Esperança. Com a chegada de forasteiros misteriosos, eventos estranhos abalam o lugarejo, levando a um desfecho surpreendente e sombrio.

Esta é a premissa desta excelente graphic novel nacional - Sertão dos Mortos, publicada em 2023 e escrita por Victor Chaffim com a arte de Eberton Ton. 

É uma fascinante fusão entre os elementos da cultura nordestina e o gênero pós-apocalíptico, que apresenta um sertão nordestino já devastado e repleto de horrores.

A arte é de criação de Eberton Ferreira (Estudio Ton) em colaboração com Sulluvan Suad (lápis), Josias Silveira (arte da capa), J. Herrero (arte final/cores) e Jefferson Alves (layout da capa).

A primeira parte em preto e branco traz contornos mais detalhados e únicos. Já na segunda parte a predominância é de cores e o uso de sombras, principalmente nas cenas de violência e terror. Os traços fortes que destacam o sofrimento humano, o desespero da luta pela sobrevivência e o terror, mas também transmite o peso emocional e psicológico da história. 

Na minha opinião, a escolha do sertão como cenário é estratégica e altamente simbólica. Por ser uma região marcada historicamente por adversidades, o autor transforma o ambiente em um personagem por si só. O sertão apocalíptico serve como um microcosmo das adversidades e desigualdades socias. 

Chaffim utiliza bem o gênero de terror para questionar até que ponto a humanidade pode resistir diante de tantos obstáculos - é um encontro insólito narrativo entre Glauber Rocha e George Romero.

Sertão dos Mortos é um excelente material que não apenas entretém, mas reflete a dureza da vida no interior nordestino em uma jornada de coragem e desespero. É um perfeito exemplo de como o regionalismo pode dialogar facilmente com o terror.

Ovelha Negra

Ovelha Negra

Trazendo aqui essa incrível hq que se chama Ovelha Negra, uma obra adulta roterizada por Carlos Felipe Figueira com artes de Bertho Horn, publicado pela Editora Cafezal em novembro de 2023.

A história traz Márcio, um jovem extremamente tímido e introspectivo com problemas familiares. Ele é uma decepção ambulante e todos ao seu redor fazem questão de lembrá-lo disso constantemente e da pior maneira possível. Porém, durante uma reunião de família tudo pode acontecer...

Bom, a escrita de Carlos Felipe Figueira é envolvente e pesada, refletindo a opressão e a desesperança dos personagens. A arte de Bertho Horn contribui muito para isso, com traços expressivos e cores que reforçam o tom melancólico e violento da história. 

A narrativa visual é fluida, com quadros que complementam perfeitamente o texto, criando uma experiência imersiva para o leitor.

De bônus, têm a excelente Primeiro Ato, uma interpretação quase minimalista da criatividade dos pensamentos. Ela é curta, mas também impactante e poderosa.

Ovelha Negra não é apenas uma simples história em quadrinhos. Para mim ela envolve uma profundidade quase misantrópica sobre a resistência às pressões familiares e sociais - transmite expressão, ousadia e doses sombrias de emoção. 

Em julho de 2023 Ovelha Negra venceu o Prêmio Le Blanc na categoria História em Quadrinhos Independente Nacional, destacando-se como uma das melhores publicações do gênero no país.

Se você aprecia quadrinhos que exploram temas profundos em uma estética visual impressionante, Ovelha Negra é uma leitura indispensável. 

Ovelha Negra 

V de Vingança

V de Vingança - Alan Moore

"Lembrai, lembrai do cinco de novembro.

Que traição, que artimanha.

Por isso, não há por que esquecer

Uma tamanha traição."

V de Vingança - Edição Especial (abril de 2006).

Batman - O Cálice

Batman - O Cálice 

Um misterioso pacote endereçado a Thomas Wayne chega para seu filho Bruce.

É uma antiga caixa contendo um valioso objeto: o cálice  que supostamente teria sido usado por Jesus Cristo em sua última ceia. Cientes da presença do sagrado item na Mansão Wayne, muitos inimigos do Batman - entre eles Ras's Al Ghul, Pinguim e a Mulher-Gato que partem para uma batalha de vida ou morte em busca do cálice guardado pelo Homem-Morcego.

Mas será que é o Santo Graal? Suas propriedades são milagrosas? Qual o motivo da relíquia ter sido entregue à proteção do Cavaleiro das Trevas?

Escrito por Chuck Dixon (Justiceiro, Detective Comics, Robin, Aves de Rapina) e com arte de John VanFleet (Shadows Fall, Vampiro, a Máscara - 3ª edição, Arquivo X), esta graphic novel consegue captar bem a vanguarda dark da história e carrega muito na vibe investigativa e misteriosa do Morcego.  

Por ser um enredo curto e fechado, tudo acontece demasiadamente rápido. É surpreendente em alguns momentos de ação, lembrando o estilo do Código Da Vinci e em alguns personagens muito bons como a dupla Mulher-Gato e o fiel mordomo Alfred.

Com um final um tanto quanto inusitado, vemos que por mais que o centro das atenções seja o Batman, quem resolve mesmo é o homem por trás da máscara: Bruce Wayne.

Por mais que não seja um verdadeiro clássico do Morcego, a graphic novel O Cálice é uma narrativa agradável e consegue transmitir a mensagem, por mais pequena e simples que se possa imaginar. 

Especial - Conan, o bárbaro

Especial - Conan, o bárbaro 

Releitura de Especial Conan, o Bárbaro n°1, hq de 1989 e publicado originalmente pela antiga Editora Abril.

A primeira história é intitulada como "A Fronteira do Fim do Mundo" no qual traz a saga de Conan entre os Pictos. Ela é uma adaptação de um conto escrito por Robert E. Howard, intitulado "Beyond The Black River", publicado pela Weird Tales, em maio de 1935.

Na trama, Conan é contratado para patrulhar a fronteira da Aquilônia contra a invasão dos selvagens Pictos, numa região violenta e protegida apenas por uma fortificação chamada Forte Tuscelan. 

Durante a patrulha, Conan salva a vida de Balthus, um jovem colono que juntos enfrentam vários perigos. Quando chegam ao forte, eles partem numa missão para capturar o xamã Zogar Sag na esperança de tentar frear o avanço dos Pictos.

 

Bom, a narrativa apresenta uma aventura intensa e dramática. O enredo é envolvente, cheio de ação e suspense, com elementos de heroísmo e tragédia. Conan é implacável e determinado ao enfrentar perigos sobrenaturais e selvagens com coragem e astúcia.

O que se destaca na história é a brutalidade e a precariedade da vida na fronteira com a constante ameaça dos Pictos e das forças sobrenaturais que eles comandam. 

O final da trama sela a sublima crueza e violenta do mundo hiboriano, adicionando um elemento de continuidade a história, sugerindo que a luta contra os Pictos está longe de terminar.

No geral, é uma aventura de Espada e Feitiçaria com boas combinações narrativas onde Roy Thomas capturou bem a essência do personagem Conan - e juntamente com a arte de John Buscema e Tony Zuñiga criou-se um ambiente brutal, proporcionando uma leitura empolgante e emocionante.

Com uma belíssima arte de capa feita por Barry Windsor-Smith, a edição ainda traz uma pequena matéria intitulada Crônicas da Espada (A Gênese do Barbarismo), um artigo de Lin Carter que explora a origem das histórias de Espada e Feitiçaria. 

Há também uma curta aventura chamada A Maldição da Deusa-Gato de Roy Thomas e arte de Pablo Marcos, originalmente publicada em junho de 1985.

Esta é mais uma edição histórica que imortaliza as aventuras da Era Hiboriana para um clássico gênero da Espada e Feitiçaria. 

"O barbarismo é estado natural do homem. A civilização é artificial, uma trapaça do destino... e o barbarismo sempre vai triunfar no final!"

O Nome da Rosa - Eco/Manara

 

O Nome da Rosa

Do Grupo Editorial Record, trago aqui esta belíssima graphic novel de O Nome da Rosa - Volume 1, obra-prima de Umberto Eco e arte de Milo Manara. 

Publicado em 2023, o quadrinho conta a história de um mosteiro na Itália medieval, na última semana de novembro de 1327. 

Ali, o franciscano inglês Guilherme de Baskerville e seu jovem auxiliar Adso de Melk, envolvem-se na investigação das insólitas mortes de sete monges, em sete dias e sete noites. Os crimes irradiam a partir da biblioteca do mosteiro - a maior biblioteca do mundo cristão. 

Considerada como a obra máxima de Umberto Eco, O Nome da Rosa vai além de uma crônica sobre a Idade Média. Ela designa teoria da literatura, semiótica e filosofia. Constitui, ainda uma crítica do poder e do esvaziamento dos valores pela demagogia e, para muitos, uma parábola sangrenta da história da humanidade.  

A dura rotina de uma vida monástica, a austeridade, o mistério e as histórias por trás dos mosteiros na Idade Média está ricamente ilustrada nos traços de Milo Manara. 

Seus desenhos é uma marca registrada de versatilidade com formas, contrastes e brilhos. Alguns personagens possuem características nobres e há partes que vemos o gótico, o místico e contornos perfeitos exaltando beleza e sensualidade.

As linhas em perspectiva mostram sombras bem marcadas criando um ambiente de profundidade e volume.

A edição ainda traz extras como o esboço de algumas partes da arte original criada por Manara e com certeza, agradará os fãs da nona arte.

O Nome da Rosa é essencial e importante para a ficção histórica e a graphic novel veio de forma exuberante, consolidá-la como uma obra de arte absoluta, única e necessária.

O Nome da Rosa

Contos dos Orixás

Contos dos Orixás 

Leitura finalizada dessa belíssima graphic novel Contos dos Orixás - 4ª edição, roteirizada e desenhada por Hugo Canuto em meados de 2022.

O enredo traz Olorum e o início da criação do Universo. Em seguida começa uma aventura épica entre os orixás Xangô, Oyá, Exu, Ogum e Oxum contra o vilão Ajantala e sua horda que estão atormentam cidades e vilarejos.

Em um conceito bem trabalhado e simples, a graphic novel é uma preciosidade harmoniosa e clássica.

Canuto mostra em seus traços todo o fundamento e vibração da mitologia yorubá com inspiração no trabalho de Jack Kirby.

Podemos notar semelhanças nas linhas arquitetônicas e cores nos lugares e palácios. Para os fãs de hqs dos anos 60, verá similaridades em Nova Gênese (DC Comics) e em Asgard (Marvel) feitos pelo saudoso Kirby.

Vemos também ótimos contornos e detalhes nas vestimenta dos orixás, mesclando trajes e adereços africanos com armaduras típicas de super-heróis. Há bastante ação, boas lutas e batalhas incríveis, ou seja, entretenimento garantido. 

A linguagem dos personagens, nomes, lugares, magia, tudo se respira na cultura yorubá. 

A concepção dos textos e a formação das palavras, mostra o quanto essa obra se torna necessária. Ela carrega uma riqueza cultural de extrema importância para a História e Cultura Afro Brasileira. 

Por tudo isso, Contos dos Orixás é um item obrigatório tanto para os adoradores de quadrinhos como para os leitores conhecerem a riqueza da cultura yorubá e da mitologia africana.

Recomendo demais.

"Alguns desceram para o Aiyê, tomando a forma mortal. Heróis, Rainhas, Sábios, cujos feitos ecoaram através das eras e, mesmo na sombria travessia, seus filhos carregaram a chama nos corações... e foram chamados Orixás. "

Contos dos Orixás 

Sandman - O Mestre dos Sonhos

Sandman

Sandman - O Mestre dos Sonhos em uma das mais emblemáticas histórias já criadas por Neil Gaiman. 

Chamada como Uma Esperança no Inferno, Morpheus vai até o submundo encontrar uma de suas ferramentas conhecida como o Elmo do Sonho. 

Para isso ele terá um embate épico com o Senhor do Inferno - Lúcifer. 

Uma trama envolvente, cheia de poesia e lirismo com muitas referências ao sobrenatural, gótico e a magia arcana.

Nesta edição de fevereiro de 1990 temos os belissimos traços de Sam Keith e Mike Dringerberg.  Os argumentos de Gaiman mostra sentimentos quase profanos em relação a vida, morte e a essência filosófica de como vemos o mundo. No final temos o desafio onde o que prevalece é a força da esperança. Simplesmente genial. 

Uma obra de arte para ser apreciada, discutida e evocada como um verdadeiro clássico hq.

Sandman 

Hellraiser- The Dark Watch

Hellraiser- The Dark Watch

Este é The Dark Watch - Clive Barker's HELLRAISER, com os argumentos de Brandon Sifert e arte de Tom Garcia e Korku Öztrkin. A graphic novel é originalmente de 2013 e lançada por aqui em 2014 pela Astral Comics.

A trama envolve um homem solitário que está morrendo de câncer e em busca de ser salvo da morte, ele compra uma misteriosa caixa sobrenatural. Depois de resolver o quebra-cabeça, o moribundo se vê em meio a uma guerra civil em que os pecadores mais lascivos e sacerdotes infernais merecem mais atenção que o Inferno precisa.

Embora Hellraiser - The Dark Watch seja voltada para atrair novos leitores para a franquia, os fãs mais fiéis ficarão satisfeitos com o tom próximo em relação aos primeiros filmes de 1987 e 1988. Mas, para mim, a sensação que dá é que ficamos meio perdidos na história, contudo com o decorrer da leitura, ela acaba compensando.

Clive Barker e Brandon Seifert trouxeram uma narrativa quase que filosófica dos velhos temores do homem: o medo da morte, o terror do inimaginável, a busca do prazer absoluto meio ao caos, a tortura e o significado da dor.

A arte de Tom Garcia traz um realismo que incomoda com cenas de violência e cornucopia gore digna das obras cinematográficas de Hellraiser. 

Mesmo trazendo uma recriação do universo Hellraiser, The Dark Watch consegue entreter e traz um ótimo complemento para os leitores de Renascido do Inferno e Evangelho de Sangue.

Hellraiser - The Dark Watch 

Conan, o Bárbaro n°9

Conan, o Bárbaro n°9

Leitura boa e rápida é essa hq de Conan, o Bárbaro n° 9 - edição de 50 anos da Marvel publicada em junho de 2021.

Está edição mostra as principais histórias do cimério nas publicações da Marvel e reúne as edições Conan the Barbarian 17-18 (2019) e King-Size Conan 1 (2020).

São seis histórias (fechadas) que trazem as principais facetas do personagem ícone de Robert E. Howard. Vemos ele como bárbaro, ladrão, mercenário, vingador e corsário. Isso reflete bem como hoje e sempre, Conan se tornou um modelo de versatilidade e capacidade de se adaptar a novas situações ou circunstâncias dentro do estilo Espada e Feitiçaria.

Autores como Roy Thomas, Chris Claremont, Kurt Busiek, Kevin Eastman, Steven S. DeKnight e Jim Zub criaram boas narrativas recheadas de ação em tramas eletrizantes.

Mas, o que se sobressai nessa graphic novel, além das histórias, são as incríveis artes de Steven McNeven, Pete Woods e Robert de la Torre (traços belíssimos que lembram Sal Buscema).

Outro destaque são os lindos portfólios de Joe Jusko, John Buscema e a belíssima capa de Andrew C. Robinson.

É uma ótima edição para conhecer ainda mais a Era Hiboriana de Conan em histórias épicas e selvagens.

ExtraOrdinários

ExtraOrdinários 

Leitura finalizada de ExtraOrdinários da autora V. E. Schwab e arte de Enid Balám e publicado pela Galera Record em 2023.

Baseado no universo urban fantasy de Vilão, a história se inicia com Charlotte Tills - uma jovem adolescente que despertou seus poderes após um grave acidente e, descobriu de maneira inesperada que consegue prever a morte de pessoas inclusive a dela. Tudo muda quando ela decide por conta própria ir atrás de seu assassino e modificar o próprio destino.

Bom, a premissa da narrativa é bem interessante e flerta bastante com a ação investigativa e um pouco de suspense. 

É uma vibe que tem como inspiração os filmes teen de ação e espionagem. 

A autora nos forneceu uma ótima estrutura de roteiro e transformou sua história em uma narrativa gráfica cativante.

Os traços de Enid Balám são versáteis e possui muita influência dos quadrinhos europeus (estilo 𝑏𝑎𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑖𝑛é𝑒) e traz ao leitor aquela sensação de dinamismo, mas bem distante da ação relacionada aos quadrinhos de heróis Marvel/DC. 

Não que isso seja ruim, pelo contrário, mostra também personalidade e uma busca de características que marcam bem ao seu estilo.

A graphic novel finaliza com um ótimo conto e uma belíssima galeria de capas com outras artes na edição importada. 

ExtraOrdinários é uma ótima introdução para os jovens entrarem no mundo das HQs e mostra aos mais experientes que é possível ter uma boa trama teen sem ser mutável ou maçante.

ExtraOrdinários 

O Trono de Rubi - Elric - vol.1

O Trono de Rubi - Elric 

Leitura fantástica da graphic novel O Trono de Rubi - volume 1, roteirizado por Julian Blondel e arte Didier Poli, Robin Recht e Jean Bastide.

Publicado pela @mythoseditora em 2018, está é uma adaptação máxima da obra de Michael Moorcock. 

A história traz o poder e a glória do reino de Melniboné, onde os jogos de política, magia e perversão se misturam, tendo como pano de fundo o príncipe albino Elric e a sua espada maléfica Stormbringer.

A graphic novel é uma obra-prima única que glorifica o verdadeiro significado do gênero Espada e Feitiçaria. 

Mesmo com algumas mudanças no roteiro original do livro, O Trono de Rubi e Stormbringer eleva a máxima beleza dos seus traços com uma alta narrativa que impressiona.

Há grandes batalhas, conspirações palacianas e misteriosos ritos de feitiçaria que envolve o poder do sangue e sexo. 

O leitor ficará muito familiarizado com vários conceitos e lugares que se serviram de influência nas obras de terror de Clive Barker (Hellraiser) e de George R. R. Martin, a fonte máxima com os Targaryen, os dragões e a Antiga Valyria. 

Com o prefácio e reflexões dos mestres Michael Moorcock e Alan Moore, O Trono de Rubi é uma leitura de Espada e Feitiçaria adulta, violenta, vibrante e chocante - mas também de extremo bom gosto a arte e a cultura dos quadrinhos. 

"𝐴 𝑔𝑙ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑙𝑛𝑖𝑏𝑜𝑛é 𝑛ã𝑜 𝑓𝑜𝑖 𝑓𝑜𝑟𝑗𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑖𝑏𝑙𝑖𝑜𝑡𝑒𝑐𝑎𝑠, 𝑚𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒, 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜𝑟 𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑝𝑖𝑠𝑜𝑡𝑒𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑚𝑖𝑔𝑜𝑠! 𝐹𝑖𝑧𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑖𝑛𝑜𝑠 𝑡𝑟𝑒𝑚𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑙ℎ𝑎ç𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑖𝑚𝑝é𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑠𝑜𝑚 𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑒!

𝑂 𝑛𝑜𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑙𝑛𝑖𝑏𝑜𝑛é!"

O Trono de Rubi - príncipe Yyrkoon

Elric - Navegante nos Mares do Destino

Navegante nos Mares do Destino 

Por dez mil anos, o poderoso Império de Melniboné tem ditado as regras para o mundo. Porém, como os Senhores do Domínio retiraram seus favores e preparam-se para suas próprias batalhas, a arrogância do reino - assim como poder de sua magia - conhecem agora a decadência.

Em busca de uma meta desconhecida, o albino príncipe Elric deixa o Trono de Rubi na Cidade dos Sonhos de Imrrir. Com a mágica da espada Stormbringer ao seu lado, o Campeão Eterno inicia a longa jornada pelas terras que seu povo desdenhosamente chama de os Novos Reinos... lugares onde os melniboneanos são, na melhor das hipóteses, detestados...

Publicada em 1987 em quatro edições pela antiga Editora Abril, a hq é uma adaptação do livro Sailor on the Seas of Fate de Michael Moorcock, originalmente de 1976.

Considerado um dos épicos do Multiverso Campeão Eterno é também um clássico definitivo da Espada & Feitiçaria.

Com os argumentos de Roy Thomas e com a arte psicodélica de Michael T. Gilbert, Navegante nos Mares do Destino vale como leitura e conhecimento ao estilo  Espada & Feitiçaria, mas também pela nostalgia e originalidade pela obra.

30 Dias de Noite

30 Dias de Noite 

Uma das minhas releituras favoritas que fiz recentemente foi, 30 Dias de Noite do escritor Steve Niles (indicado ao Eisner Award em 2005) com a arte de Ben Templesmith (Hellspawn, Silent Hill, Fell) e prefácio de Clive Barker.

Publicado originalmente em 2002, (no Brasil em 2007 pela Devir Livraria) a história começa em Barrow, uma pequena vila no interior do Alasca, que é atacada por um grupo de vampiros durante a ausência do sol no inverno. 

Ao mesmo tempo o xerife da cidade, Eben Olemaun, tenta proteger o restante da população que está sendo dizimada pelos sanguessugas.

Bom, esqueça os vampiros de Anne Rice, Stoker ou Meyer. 

Aqui vemos a verdadeira monstruosidade e perversidade do vampiro com o seu aspecto quase demoníaco. 

A aquarela de Templesmith se torna perfeita expondo movimento e feições dos personagens. O contraste do branco, cinza e a potencialidade do vermelho traz  a duplicidade do realismo, terror e fobia.

Enquanto ao texto, a trama é relativamente simples e que prende o leitor ao suspense. Ao mesmo tempo quando estamos inseridos na dramaticidade da história, 30 Dias de Noite causa sensações claustrofóbicas, as vezes comovente, trágica, pungente. 

Uma ótima leitura para os fãs de terror, vampiros e apreciadores de quadrinhos. Um clássico contemporâneo que entretém de maneira assombrosa e quase realista  os temores originais do ser humano.

Leia sem medo.