quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Maretenebrae: O Flagelo de Denerssus

Maretenebrae 2 - O Flagelo de Dernessus 

Publicado pela Avec Editora em 2024 e escrita por L.P. Faustini - este segundo volume amplia o universo iniciado em A Queda de Sieghard e mergulha ainda mais fundo na intrincada trama de poder, profecias e sacrifícios.

O início transporta o leitor ao passado, revelando o drama de Marcus II diante das profecias que cercam seu filho recém-nascido e a sombria tradição da Purgação.

A narrativa então retorna ao ponto exato em que o primeiro livro foi finalizado com resoluções e pequenas missões aos personagens Petrus, Chikára, Sir Heimerich, Formiga, Braun e Roderick. As primeiras partes alternam entre passado e presente, enquanto o epílogo conecta de maneira instigante este volume ao próximo.


Bom, assim como A Queda de Sieghard, eu conheci a primeira versão de O Flagelo de Denerssus em meados de 2018 e, posso dizer que a nova edição está impecável - tanto no design gráfico quanto na arte da capa feita por Borisut Chamnan.

A escrita mantém o ritmo envolvente e entrega momentos intensos de ação, embora sofra uma leve desaceleração na metade da obra. No entanto, essa "pausa" funciona como prenúncio para um desfecho eletrizante, repleto de enigmas revelados, batalhas épicas e reviravoltas que deixam o destino dos protagonistas mais incerto do que nunca.

O autor surpreende ao colocar momentos chave, novos elementos fantásticos e textos que engrandecem a narrativa. O resultado? É uma leitura que equilibra emoção, tensão e mistério, encerrando-se com a sensação agridoce das vitórias e perdas dos personagens, além da certeza de que a verdadeira batalha está apenas começando.

Sendo assim, O Flagelo de Denerssus consegue mesmo em meio a brutalidade e a ruína dos eventos, uma áurea filosófica e existencialista – o que confere ao livro uma profundidade rara e tênue dentro da fantasia contemporânea.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Fim e o Recomeço dos X-Men

Queda de X - Os Fabulosos X-Men 

Em X-Men – A Queda de X nº 83, testemunhamos o encerramento de uma era intensa e dramática, onde alianças foram testadas, heróis caíram e o sonho de Xavier estremeceu diante de inimigos antigos e novos. Uma edição que fecha portas… mas também abre feridas.

E, das cinzas dessa queda, nasce Os Fabulosos X-Men nº 1 – Renascido das Cinzas… Um Novo Começo. Uma nova equipe, novos desafios e a promessa de que, enquanto houver esperança, os X-Men lutarão — não apenas por sua sobrevivência, mas pelo futuro de todos.


Vale a pena a leitura da última edição de A Queda de X. Já a nova está bem interessante, principalmente para quem está iniciando dentro do universo dos mutantes.


sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A Essência Perdida

A Essência Perdida 

Publicado e escrito originalmente em 2017, pelo autor mineiro Sario Ferreira, a trama segue Kirion e Sagrarius que retornam em uma missão que atravessa a perigosa selva de Prismia, em busca do mago Lanko — e da salvação de Yumura, perdido em outro mundo.

Mas a floresta cobra um preço alto: fome, sede e delírios testam os heróis tanto quanto as feras que espreitam. Cada passo adiante revela que o verdadeiro desafio não é apenas resgatar um amigo, mas enfrentar as consequências de suas escolhas. Enquanto isso, Yumura, separado de seu mundo, começa a perder a conexão com sua própria essência — e o tempo corre contra ele.


Bom, quando iniciei a leitura, o prórpio autor havia me falado qual seria o ritmo do segundo volume: "ele sai das aventuras clássicas de D&D e parte para aqueles aventurões de exploração por terras ermas, temperado por tretas numerosas e de diversos tipos, das físicas e psicológicas..." e foi por aí mesmo.

Gostei muito desse segundo volume da trilogia. As narrativas transitam entre as ótimas cenas de ação e de lutas com a contemplação simples e vasta das paisagens épicas. As descrições minuciosas da primeira metade do livro, embora densas, constroem uma atmosfera vívida e com boas influências da fantasia clássica tolkieniana. 

Na reta final o livro dá uma acelerada, mas de forma coerente. As cenas ficam surpreendentes, as batalhas intensas e as revelações se tornam poderosas. É aqui que o autor Sario Ferreira traz toda a sua habilidade dentro da trama, valorizando os personagens e a ambientação com maestria.

Tratando-se de uma obra fantástica e independente, Sagraerya – A Essência Perdida transcende o rótulo de fantasia old school. A narrativa não apenas recupera elementos clássicos do gênero, mas também renova. Ela convida à reflexão sobre o que nos mantém ligados ao mundo e às pessoas que amamos. 

Recomendo demais!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Dragões da Trapaça e do Acaso 

"Ele portou a Lança de Dragão, ele tomou a história, 

O calor pálido correu por seu braço que se erguia

E o sol e as três luas, esperando maravilhas, 

Pararam juntos no céu,

Rumo ao oeste, Huma cavalgou, até a Torre do Alto Clérigo 

Montado no Dragão de Prata,

E o trajeto de seu voo cruzava um país desolado 

Onde apenas os mortos caminhavam, murmurando nomes de dragões.

E os homens na Torre, cercados e atacados por dragões,

Pelos berros dos moribundos, o rugido no ar voraz,

Esperavam o silêncio indescritível,

Esperavam muito pior, temendo que o choque dos sentidos

Terminaria em um momento de nada

Onde a mente se deita com suas perdas e escuridão."


Canção de Huma

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Lendas Volume 2: A Canção do Realejo

Lendas Volume II - A Canção do Realejo 

Trazendo aqui mais uma resenha em parceria com os autores Marcos Lariucci e Wendell Garofle. 

Em Lendas Volume 2: A Canção do Realejo, publicado em abril de 2025, o leitor é lançado à Irlanda do século XI, onde um náufrago sem nome e sem passado chega à costa carregando apenas uma espada embrulhada em trapos e um propósito envolto em mistério: encontrar a Filha da Lua.

A escrita evoca uma atmosfera densa e bons momentos de suspense e sensualidade. Os textos estão mais evidentes favorecendo a sugestão ao invés da ação direta. A força da obra reside na ambiguidade do misticismo influenciado por Alestier Crowley e na jornada emocional de um homem em ruínas, cuja busca externa reflete um conflito interno mais profundo.

A premissa, carregada de simbolismo, se desenvolve em um cenário onde o real e o mítico se confundem. Tudo aponta para um destino que tanto pode significar redenção quanto destruição.

A obra traz uma construção mais envolvente e atmosférica. Cada linha está no equilíbrio da ação e na tensão entre os personagens. Mesmo sendo sombrio e lírico, há ótimas referências à canções de Metal sendo uma característica marcante na escrita dos autores. Temos como exemplo títulos como Moonchild e Sob o Signo do Cruzeiro do Sul, os meus preferidos. 

Enfim, Lendas Volume 2 - A Canção do Realejo traz uma narrativa extremamente interessante e instigante. Não deixa de ser uma leitura breve, porém intensa — como um sussurro que permanece mesmo após o silêncio final.


"Sim, e eu sou o perigo, sou o estranho. E eu, sou a escuridão, sou a raiva, sou a dor. Então, ouça o que eu digo. Não fale com estranhos. E se, algum dia, algum estranho cruzar seu caminho, não olhe nos olhos dele; e se ele te chamar, não o deixe sussurrar seu nome. Se um dia, alguém te pedir ''𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑡𝑒-𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎ção', apenas repita este nome - e ele sussurra um nome antigo no ouvido do garoto - nunca se esqueça deste nome."

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Immortals – O Sacrifício dos Puros

Immortals - O Sacrifício dos Puros 

Segundo volume da saga, criado pelos autores Marcos Lariucci e Wendell Garofle, publicado no final de março de 2025. 

A narrativa acompanha os personagens McBrighton e Nikolai, ambos marcados por um passado trágico e por destinos entrelaçados com antigas profecias e lutas milenares.

Neste segundo livro o tema é o sacrifício em nome de um bem maior — uma constante reflexão sobre poder e imortalidade. 

Os autores usam questões morais complexas: até que ponto vale a pena salvar o mundo se for preciso perder a si mesmo?

A escrita de Lariucci e Garofle continua ágil e fluida, alternando entre momentos introspectivos e sequências de ação com aquele ritmo cinematográfico de tirar o fôlego. Há também um uso estratégico de cliffhangers que, de maneira inteligente, mantêm a tensão narrativa constante.

A ambientação medievalista, reforça um senso de decadência que permeia o livro — o mundo à beira do colapso, salvo apenas por aqueles dispostos a se sacrificar num universo onde seres demoníacos e híbridos coexistem em segredo, entrelaçando o antigo com o sobrenatural.

A obra está repleta de simbologia ligada a conceitos como “luz e trevas” e “imortalidade”. Assim como no primeiro volume, ainda é possível identificar influências de diversas mitologias da tradição cristã/pagã a elementos do ocultismo, mas sempre reinterpretadas com identidade própria.

As referências narrativas à canções e bandas de Rock/Metal continuam mais marcantes e por representar arquétipos poderosos da literatura fantástica. Vale destacar que a edição continua tão linda e impecável quanto a primeira com ótima diagramação e belíssimas ilustrações internas de encher os olhos.

Enfim, O Sacrifício dos Puros fecha muito bem a saga Immortals como uma fantasia madura, intensa e emocionalmente carregada. É um romance sombrio, cheio de reviravoltas, com um subtexto poderoso sobre sacrifício e escolhas que reverberam para o bem ou para o mal.



sábado, 21 de junho de 2025

Crônicas de Dragonlance - Dragões da Noite de Inverno

Dragonlance - Dragões da Noite de Inverno 


"O inverno chegou. Com ele, o silêncio da neve e o rugido dos dragões." – Crônicas de Dragonlance.

A estação do frio nos alcança como em Solace, quando o mundo parecia congelar não apenas por fora, mas por dentro.

Em Dragões da Noite de Inverno, os heróis aprendem que há invernos que não se vencem com espadas — mas com laços, memórias e fé no calor que ainda vive em cada um.

Assim como em Krynn, também nós atravessamos paisagens geladas — externas e internas.

E talvez o segredo esteja em não temer o inverno, mas em ouvi-lo.

Ele nos ensina a esperar, a persistir, a recomeçar.

Que este inverno traga páginas viradas à beira do fogo… e a lembrança de que até mesmo as noites mais frias guardam o brilho das estrelas.