Escrito
pelo escritor britânico Bernard Cornwell, essa trilogia publicada pela editora
Record, (Rei do Inverno, O Inimigo de Deus e Excalibur) nos conta a
vida de um mito por um ponto de vista mais cru e humano.
Nesta
obra, Artur não é uma lenda, não possui poderes e nem tão pouco é aquele príncipe
encantado. Na verdade ele é um senhor da
guerra, muitas vezes, brutal, inseguro e estrategista, mas acima de tudo, um cavaleiro
com erros e defeitos. Sua estória é narrada por um dos seus guerreiros que participa
de suas campanhas de guerra, suas politicas e também de sua vida pessoal, com
um ponto de vista mais humano e histórico.
Os
livros são de uma realidade tão selvagem que, nós leitores, somos apresentados
pela famosa parede de escudos. O autor
descreve essa tática de luta de uma maneira tão realista que parece realmente
estarmos frente a frente com o inimigo com espada e escudo em mãos. É violento,
brutal, instigante - não são livros para crianças e nem tão pouco para estômagos
fracos. O mito arturiano foi elevado ao nível mais real da estória que não só
conta como Artur defendeu a invasão da Britânia pelos saxões como também há
criticas ao cristianismo, principalmente a Igreja e seus sacerdotes.
Há
personagens conhecidos das lendas de Artur? Sim, estão lá Merlin, Lancelot,
Guinevere, Galahad, Mordred, Morgana, Uther... Mas todos, sem exceção, num nível
de veracidade humana tão grande que neste livro, eles se tornaram mais atraentes
e cativantes ao leitor, o que dá todo o charme a trilogia.
Com uma
escrita cativante e às vezes lenta, as Crônicas de Artur não deixa de ser uma
obra magnifica que nos mostra que atrás de muitos mitos e lendas, há sempre uma
realidade fria, cruel e ao mesmo tempo extremamente bela.
Recomendo.