O Livro dos Mortos do Antigo Egito é considerado um dos textos mais antigos e mais influentes da Antiguidade.
Com tradução do arqueólogo inglês E. A. Wallis Budge (1857-1934), a edição da Editora Madras está dividida em três partes: Introdução (dá um pequeno resumo histórico sobre o livro), as Pranchas ou trechos do papiro (são 60 pranchas com algumas partes traduzidas com direito a notações de rodapé) e o Glossário (na minha opinião com pouca informação mediante a vasta diversidade de palavras e deuses que o livro possui).
As Pranchas (partes do papiro) contém imagens do famoso papiro de Ani - um antigo escriba egípcio e membro do Templo de Amon.
O papiro começa com Ani, acompanhado pela esposa Thuthu, louvando o deus-sol Rá e Osiris, senhor e governante de Duat (ou submundo, reino de Osíris e lar de outros deuses e seres sobrenaturais).
Os trechos seguintes mostram as cerimônias de "pesagem do coração" e da "abertura da boca": a procissão fúnebre de Ani e seu corpo mumificado sendo posto na tumba; e seus encontros com vários deuses no curso de sua jornada através do Duat. O papiro culmina com a chegada de Ani nos Campos de Paz ou Juncos (também conhecido como Sehket-Aru, o Paraíso).
É bem interessante ver toda a magnitude e simbolismo que os hieróglifos representavam para os egípcios nos rituais da vida após a morte. Mesmo que você não entenda o seu significado, é difícil não se encantar com a sua beleza gráfica.
A medida que a leitura se torna mais abrangente, percebemos o quanto a civilização ocidental, de maneira errônea, chamavam esses papiros de "livros dos mortos". É muito mais que isso - os textos mostram que a morte é apenas um caminho normal a se percorrer. Para os egípcios, tudo isso fazia parte do conhecimento humano; compreender e aceitar a morte, mesmo que seja com a ajuda dos deuses.
Recomendo para os fãs de História Antiga e para os querem conhecer um pouco mais sobre o Egito Antigo.