sexta-feira, 28 de maio de 2021

Purgatorial

Purgatorial

 

Purgatorial (1ª ed.) - escrito pelo português Fernando Ribeiro e publicado pela Aquário Editorial em 2015, traz uma reunião de poesias (Como Escavar Um Abismo, As Feridas Essenciais, Dialogo de Vultos), poemas, histórias, ensaios e registros da turnê Road to Extinction do álbum Extinct (2015).

Fernando Ribeiro é tradutor, escritor, vocalista e letrista da banda portuguesa de Metal gótico Moonspell e nos apresenta uma obra cheia de sentimentos sombrios e lúgubres. 

Sua escrita são belíssimas odes ao gótico, o mitológico e mesmo sendo densas e perturbadoras pode se notar que há sempre um ar lovecraftiano tanto em prosa quanto em verso. 


Apesar das ótimas "Mortos a uma só voz", "Poema D' Amoníaco", "Noctícula", "O Toque da Morte" e "Horroris Causa" (minhas preferidas) também irei destacar a dramática crônica "The Twilight The God" (fala sobre a morte de Quorthon, líder da banda Bathory, ocorrido em 2004) e um pequeno ensaio sobre o encontro entre o ocultista inglês Aleister Crowley e o poeta português Fernando Pessoa.


Vale destacar também pela qualidade gráfica com traços simples, mas com muitos detalhes e num formato pocket que facilita levar o livro para qualquer lugar.

Uma obra que recomendo para os que gostam de poesia, gótico e Metal ou um pouco de cada.

 

 

"Eu sou como um homem que fechou todas as portas dentro de si e ficou de fora."

(As Feridas Essenciais)

sexta-feira, 21 de maio de 2021

As Crônicas de Awa

As Crônicas de Awa

Em parceria com o escritor e professor Marcos F. Vitsil, apresento está incrível saga de fantasia e RPG: As Crônicas de Awa - Os Paladinos do Sol, publicado pela Editora Pluralidades.

Os Paladinos do Sol se inicia com a história de Kaluanã, um rapaz que cresceu numa aldeia indígena e que ao longo de sua vida desenvolve poderes sobrenaturais. 

Certo dia, o pajé da tribo descobre um portal para outro mundo através de rituais e partir daí inicia uma aventura repleta de muitos mistérios e revelações. 

O livro apresenta todos os arquétipos da Fantasia: a luta do bem contra o mal, a jornada do herói e diversos tipos de raças, lugares e criaturas todas conectadas de alguma forma com o universo Awa.

Além da cultura indígena brasileira também vemos dos povos astecas, maias e incas, assim como seres mitológicos e descrições de paisagem fantásticas. 

O mais interessante da obra é a interligação do mundo com a Biologia e tendo como pano de fundo o role-playing game. Os personagens são dos mais diversificados e muitos vem de influências dos alunos do autor inseridos em meio a dinastias e reinos.


O livro também contém belas ilustrações, mapas territoriais, uma linha temporal de Awa e várias notas de rodapé (o que facilita bastante no entendimento). Mesmo o leitor/jogador pode sentir falta das fichas ou tabelas com regras, mas aqui nessa obra é tudo muito simples e bem estruturado tendo como base o Dungeons & Dragons com algumas adaptações o que não afeta ou dificulta na jogabilidade.


Uma leitura agradável e ao mesmo tempo ousada, pois a simbiose entre a Fantasia e a Biologia tornou o livro mais harmonioso e com aquela vontade de jogar, aprender e admirar o universo Awa.


Que venha mais!






segunda-feira, 10 de maio de 2021

O Livro dos Mortos do Antigo Egito


O Livro dos Mortos do Antigo Egito é considerado um dos textos mais antigos e mais influentes da Antiguidade.

Com tradução do arqueólogo inglês E. A. Wallis Budge (1857-1934), a edição da Editora Madras está dividida em três partes: Introdução (dá um pequeno resumo histórico sobre o livro), as Pranchas ou trechos do papiro (são 60 pranchas com algumas partes traduzidas com direito a notações de rodapé) e o Glossário (na minha opinião com pouca informação mediante a vasta diversidade de palavras e deuses que o livro possui).


As Pranchas (partes do papiro) contém imagens do famoso papiro de Ani - um antigo escriba egípcio e membro do Templo de Amon.

O papiro começa com Ani, acompanhado pela esposa Thuthu, louvando o deus-sol Rá e Osiris, senhor e governante de Duat (ou submundo, reino de Osíris e lar de outros deuses e seres sobrenaturais). 

Os trechos seguintes mostram as cerimônias de "pesagem do coração" e da "abertura da boca": a procissão fúnebre de Ani e seu corpo mumificado sendo posto na tumba; e seus encontros com vários deuses no curso de sua jornada através do Duat. O papiro culmina com a chegada de Ani nos Campos de Paz ou Juncos (também conhecido como Sehket-Aru, o Paraíso).


É bem interessante ver toda a magnitude e simbolismo que os hieróglifos representavam para os egípcios nos rituais da vida após a morte. Mesmo que você não entenda o seu significado, é difícil não se encantar com a sua beleza gráfica. 

A medida que a leitura se torna mais abrangente, percebemos o quanto a civilização ocidental, de maneira errônea, chamavam esses papiros de "livros dos mortos". É muito mais que isso - os textos mostram que a morte é apenas um caminho normal a se percorrer. Para os egípcios, tudo isso fazia parte do conhecimento humano; compreender e aceitar a morte, mesmo que seja com a ajuda dos deuses.


Recomendo para os fãs de História Antiga e para os querem conhecer um pouco mais sobre o Egito Antigo.