quarta-feira, 28 de maio de 2025

The Shadow Rising 

E não é que a Roda girou... e parou? Sim, veio aí a notícia que muitos temiam (ou já esperavam): A Roda do Tempo foi cancelada.

A série se encerra antes de chegar no que, pra muitos fãs, é o ponto onde tudo realmente começa a fazer sentido: o quarto livro, The Shadow Rising (A Ascensão da Sombra).

E que ironia amarga porque é justamente sobre crescimento, revelações e assumir o próprio destino. É o livro que muda tudo. É quando Rand, Egwene, Mat e cia. deixam de ser só fugitivos, peças de profecias ou aprendizes do que quer que seja, e passam a ser donos do próprio caminho — mesmo que esse caminho esteja cheio de areia, segredos e cicatrizes.

Olhar hoje para capa desse livro é quase simbólico. 

A arte de Darrel K. Sweet não representa uma cena exata do livro – é mais uma interpretação geral do grupo no Deserto Aiel. Sentado à esquerda, com um copo na mão é Mat Cauthon. Em pé no centro, é Rand al’Thor. Ajoelhada, mexendo no fogo, de vestido azul claro, é Moraine Damodred. No fundo, junto aos cavalos, o homem de capuz e capa é Lan Mandragoran.

Parece quase um lembrete cruel e melancólico: a série nunca chegou lá. Nunca contou essa parte. Nunca mostrou os Aiel em sua profundidade, nem revelou as verdades escondidas no deserto, nem deixou Rand encarar de frente quem ele realmente é.

E, sinceramente? Isso dói. Porque sim, a série tinha problemas — muitos, aliás. Mas também tinha coração. E, de alguma forma, mesmo nas escolhas mais polêmicas, carregava uma faísca da grandiosidade que existe nos livros. 

O fim dela deixa aquele gosto amargo de jornada interrompida. Mas também reforça uma verdade que todo leitor da Roda do Tempo aprende cedo ou tarde: algumas estradas você precisa trilhar sozinho. Ou melhor, com um livro nas mãos.

E assim como Rhuidean, a gente ainda pode (e deve) atravessar esse deserto. Porque as respostas estão lá, esperando. 

E a Roda... bem, a Roda sempre continua girando.


quinta-feira, 22 de maio de 2025

O Ídolo de Sothakiir

O Ídolo de Sothakiir 

O conto escrito por Sario Ferreira faz parte da Saga Sagraerya - série de três livros (O Despertar do Paladino, A Essência Perdida e A Promessa Anã) que acompanha a jornada fantástica do paladino Sagrarius.

Publicado originalmente na revista Dragão Brasil nº 152 em fevereiro de 2020, O Ídolo de Sothakiir é uma prequel canônica da saga. Aqui o foco são nos personagens Sania D'flail e no anão Axem do clã Brodick, revelando eventos anteriores à fundação da Ordem da Luz. Eles enfrentam desafios que testam não apenas suas habilidades físicas, mas também seus valores e crenças.

Embora esteja inserido no universo da saga, o conto possui uma descrição independente, permitindo que novos leitores se familiarizem com o mundo de Arya sem necessidade de uma leitura prévia dos livros principais.

É uma leitura agradável no melhor estilo old school da Fantasia. Com boas cenas de luta, a narrativa mostra temas como a fé e o sacrifício, elementos recorrentes nos textos da trilogia. Destaque também para a belíssima arte de capa ilustrada por Samuel Marcelino. 

Se você aprecia fantasia com elementos de RPG e narrativas envolventes, O Ídolo de Sothakiir é uma excelente introdução ao estilo de Sario Ferreira e ao universo de Sagraerya.


"Encontrem a Lua para encontrar 

o Sol que ele não encontrou.⁣

Cavalguem pela noite infindável ⁣

sobre nuvens ondulantes."


O Ídolo de Sothakiir

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Os Feiticeiros da Luz Sinistra

Os Feiticeiros da Luz Sinistra 

Os Feiticeiros da Luz Sinistra, escrito e publicado de forma independente pelo autor Dylan Batista. 

A narrativa do livro acompanha Tasdra, um feiticeiro roqueiro, que enfrenta entidades mágicas em busca de seu amigo desaparecido.

Dylan usa bons elementos literários, quase cinematográficos. Você consegue "ver" a cena, como se estivesse assistindo a uma animação ou game. Sua escrita traz uma base sólida e bastante promissora. Embora ainda apresente características típicas de um texto em estágio inicial, há uma boa estrutura textual e uma voz autoral em desenvolvimento. 

Gostei muito do conceito da "luz sinistra" como fonte de poder e conflito, pois é inovador e interessante. Não é o bem contra o mal de forma maniqueísta, mas sim uma disputa por uma essência que representa desejos humanos profundos.

Achei muito interessante Lumea Lumini, a cidade dos feiticeiros. Ela é moldada por sonhos e criações da psique humana - vive, se transforma e desafia constantemente o protagonista. Há também outros bons personagens como Lysnick, Pallathan e Dlya que também se encontram nesse ambiente onde a mente e a percepção criam a realidade. 

A estética vibrante da cultura pop dos animes/mangás, rpg e das referências ao Metal, principalmente da banda Avenged Sevenfold estão interligadas não só nos textos, mas na arte e no aspecto físico do livro.

Com criatividade e ousadia, Dylan Batista mostra que a literatura independente tem muito a oferecer - e Os Feiticeiros da Luz Sinistra é a prova disso: um livro que diverte, prende e impressiona. 


"O meu show não termina aqui, não vou perder para alguém que corteja a morte!"