sábado, 21 de junho de 2025

Crônicas de Dragonlance - Dragões da Noite de Inverno

Dragonlance - Dragões da Noite de Inverno 


"O inverno chegou. Com ele, o silêncio da neve e o rugido dos dragões." – Crônicas de Dragonlance.

A estação do frio nos alcança como em Solace, quando o mundo parecia congelar não apenas por fora, mas por dentro.

Em Dragões da Noite de Inverno, os heróis aprendem que há invernos que não se vencem com espadas — mas com laços, memórias e fé no calor que ainda vive em cada um.

Assim como em Krynn, também nós atravessamos paisagens geladas — externas e internas.

E talvez o segredo esteja em não temer o inverno, mas em ouvi-lo.

Ele nos ensina a esperar, a persistir, a recomeçar.

Que este inverno traga páginas viradas à beira do fogo… e a lembrança de que até mesmo as noites mais frias guardam o brilho das estrelas.


quarta-feira, 18 de junho de 2025

Sir Christopher Lee

Christopher Lee


Christopher Lee (1922-2015) foi um ator britânico conhecido por sua versatilidade como ator, escritor e cantor de opera e de Heavy Metal.

Poucos sabem, mas ele amava o Metal como um gênero musical que conseguia representar a fantasia de uma maneira poderosa e verdadeira em suas notas.

Aqui está apenas alguns dos seus trabalhos autorais e com outras bandas de Metal:




Albums

  • Christopher Lee Sings Devils, Rogues & Other Villains (1998).
  • Revelation (2006).
  • Charlemagne: By the Sword and the Cross (2010).
  • Charlemagne: The Omens of Death (2013).

EPs

  • A Heavy Metal Christmas (2012).
  • A Heavy Metal Christmas Too (2013).
  • Metal Knight (2014).

Singles

  • Let Legend Mark Me as the King (2012).
  • The Ultimate Sacrifice (2012).
  • Darkest Carols, Faithful Sing (2014).



Com Rhapsody


  • Symphony of Enchanted Lands II: The Dark Secret (2004), como narrador.
  • Triumph or Agony (2006), como narrador e Lothen.
  • The Frozen Tears of Angels (2010), como narrador e Lothen.
  • The Cold Embrace of Fear - A Dark Romantic Symphony (2010), como Wizard King.
  • From Chaos To Eternity (2011), como Wizard King.



Com Manowar

      -  Battle Hymns MMXI (2010).
 
Album de 2014

fonte: wikipedia.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Araruama - O Livro das Semente

Araruama - O Livro das Sementes 

Publicado originalmente em 2017 e depois pela Avec Editora em 2024, o livro é o primeiro volume da série escrita por Ian Fraser, que nos transporta para um universo de fantasia inspirado nas culturas e mitologias dos povos mesoamericanos.

A narrativa acompanha cinco jovens — Kaluanã (nasceu para uma vida longa que transcende os números), Obiru (um capanema destinado a uma morte prematura), Apoema (possui a habilidadede ver o futuro e sonha em voar), Eçai (é descrito como um jovem tranquilo) e Batarra Cotuba (é o gigante gentil e protetor) — que se preparam para o Turunã, um ritual de passagem para a vida adulta. Cada personagem possui características e destinos únicos, entrelaçados em uma jornada que busca manter o equilíbrio da floresta diante de forças sombrias que ameaçam a harmonia de Ibi, a terra.

Fraser traz um mundo rico e fantástico com elementos interessantes como a magia das palavras, criaturas míticas e uma cosmologia própria. A escrita remete a textos míticos, proporcionando uma sensação de transcendência e conexão com algo maior. A ambientação é profundamente enraizada nas tradições indígenas, oferecendo uma perspectiva única dentro do gênero de fantasia. 

Encontrei fluidez e dinâmica à introdução de diversos conceitos novos. A estrutura narrativa está bem alternada entre os pontos de vista dos protagonistas, buscando ótimos conceitos folcloricos durante a leitura.

Para mim, o livro compõe muita originalidade e solidez. Meu destaque maior é a imersão proporcionada pela história e o desenvolvimento dos personagens ao longo da trama. Vale também destacar as belíssimas ilustrações internas feitas por Paulo Torinno e Lai Santos que trazem um brilho ainda mais especial a obra.

Enfim, Araruama - O Livro das Sementes oferece uma experiência literária única, mergulhando o leitor em um mundo fantástico que celebra muito bem as culturas indígenas das Américas.

Araruama 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Preacher: A História de Você-Sabe-Quem

A História de Você-Sabe-Quem 

Ainda falando de Preacher, fiz uma releitura da origem de um dos personagens mais criativos e bizarros do universo de Preacher, Arseface mais conhecido pelo infame nome cara-de-c*. 

Publicado originalmente por aqui em 1999 e desenhada por Richard Case, a hq é quase uma fábula dos anos 90 e muito bem desenvolvida por Garth Ennis.

A história mostra Eugene "Arseface" Root, um típico adolescente que vive fumando baseado, fã de grunge e da banda Nirvana. Seu pai, conhecido como o xerife Root, é um alc0ólatra extremamente violento e racis7a, e sua mãe vive no tédio de um casamento fracassado e procura afogar suas frustrações no álcool e na igreja. 

Ennis consegue trazer momentos surreais como o desinteresse de vida de Eugene, o bulling sofrido na escola e os momentos caóticos com o seu amigo Pube. 

São diálogos sem intersecções, pretensões moralistas ou filosóficas - é tudo muito turbulento e bizarro.

Cada ato traz um título de uma música como se fosse uma trilha sonora para cada acontecimento na vida de Eugene. Temos inicialmente "A Day in the Life" Beatles, "Rebel Rebelde" David Bowie, "New Horizons" The Moody Blues e finaliza com o clássico álbum"Nevermind" do Nirvana. 

De qualquer modo, a história busca o seu cerne: ser uma narrativa esdrúxula e de humor ácido. Entretanto, por ser uma hq adulta e cheia de "gatilhos", ela incomoda em certos pontos.

Arsene é, na verdade, uma das críticas mais afiadas que Preacher faz à cultura de celebridades dos anos 90 - transforma tragédia em espetáculo e consome a dor alheia com falsa compaixão.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Preacher 30 anos

 

Preacher 

Criado por Garth Ennis e Steve Dillon, Preacher não foi apenas um quadrinho polêmico; foi um divisor de águas. Seu impacto reverbera até hoje, abrindo caminho para narrativas mais ousadas, complexas e sem concessões. É uma história sobre fé, amor, amizade, redenção e, claro, caos absoluto — contada de uma sinceridade brutal, capaz de chocar e emocionar na mesma medida.

Três décadas depois, Preacher continua sendo uma das maiores expressões dos quadrinhos como meio narrativo, influenciando gerações de leitores, roteiristas e artistas. Uma obra irreverente, desconfortável, necessária — e, acima de tudo, inesquecível.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

The Shadow Rising 

E não é que a Roda girou... e parou? Sim, veio aí a notícia que muitos temiam (ou já esperavam): A Roda do Tempo foi cancelada.

A série se encerra antes de chegar no que, pra muitos fãs, é o ponto onde tudo realmente começa a fazer sentido: o quarto livro, The Shadow Rising (A Ascensão da Sombra).

E que ironia amarga porque é justamente sobre crescimento, revelações e assumir o próprio destino. É o livro que muda tudo. É quando Rand, Egwene, Mat e cia. deixam de ser só fugitivos, peças de profecias ou aprendizes do que quer que seja, e passam a ser donos do próprio caminho — mesmo que esse caminho esteja cheio de areia, segredos e cicatrizes.

Olhar hoje para capa desse livro é quase simbólico. 

A arte de Darrel K. Sweet não representa uma cena exata do livro – é mais uma interpretação geral do grupo no Deserto Aiel. Sentado à esquerda, com um copo na mão é Mat Cauthon. Em pé no centro, é Rand al’Thor. Ajoelhada, mexendo no fogo, de vestido azul claro, é Moraine Damodred. No fundo, junto aos cavalos, o homem de capuz e capa é Lan Mandragoran.

Parece quase um lembrete cruel e melancólico: a série nunca chegou lá. Nunca contou essa parte. Nunca mostrou os Aiel em sua profundidade, nem revelou as verdades escondidas no deserto, nem deixou Rand encarar de frente quem ele realmente é.

E, sinceramente? Isso dói. Porque sim, a série tinha problemas — muitos, aliás. Mas também tinha coração. E, de alguma forma, mesmo nas escolhas mais polêmicas, carregava uma faísca da grandiosidade que existe nos livros. 

O fim dela deixa aquele gosto amargo de jornada interrompida. Mas também reforça uma verdade que todo leitor da Roda do Tempo aprende cedo ou tarde: algumas estradas você precisa trilhar sozinho. Ou melhor, com um livro nas mãos.

E assim como Rhuidean, a gente ainda pode (e deve) atravessar esse deserto. Porque as respostas estão lá, esperando. 

E a Roda... bem, a Roda sempre continua girando.


quinta-feira, 22 de maio de 2025

O Ídolo de Sothakiir

O Ídolo de Sothakiir 

O conto escrito por Sario Ferreira faz parte da Saga Sagraerya - série de três livros (O Despertar do Paladino, A Essência Perdida e A Promessa Anã) que acompanha a jornada fantástica do paladino Sagrarius.

Publicado originalmente na revista Dragão Brasil nº 152 em fevereiro de 2020, O Ídolo de Sothakiir é uma prequel canônica da saga. Aqui o foco são nos personagens Sania D'flail e no anão Axem do clã Brodick, revelando eventos anteriores à fundação da Ordem da Luz. Eles enfrentam desafios que testam não apenas suas habilidades físicas, mas também seus valores e crenças.

Embora esteja inserido no universo da saga, o conto possui uma descrição independente, permitindo que novos leitores se familiarizem com o mundo de Arya sem necessidade de uma leitura prévia dos livros principais.

É uma leitura agradável no melhor estilo old school da Fantasia. Com boas cenas de luta, a narrativa mostra temas como a fé e o sacrifício, elementos recorrentes nos textos da trilogia. Destaque também para a belíssima arte de capa ilustrada por Samuel Marcelino. 

Se você aprecia fantasia com elementos de RPG e narrativas envolventes, O Ídolo de Sothakiir é uma excelente introdução ao estilo de Sario Ferreira e ao universo de Sagraerya.


"Encontrem a Lua para encontrar 

o Sol que ele não encontrou.⁣

Cavalguem pela noite infindável ⁣

sobre nuvens ondulantes."


O Ídolo de Sothakiir

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Os Feiticeiros da Luz Sinistra

Os Feiticeiros da Luz Sinistra 

Os Feiticeiros da Luz Sinistra, escrito e publicado de forma independente pelo autor Dylan Batista. 

A narrativa do livro acompanha Tasdra, um feiticeiro roqueiro, que enfrenta entidades mágicas em busca de seu amigo desaparecido.

Dylan usa bons elementos literários, quase cinematográficos. Você consegue "ver" a cena, como se estivesse assistindo a uma animação ou game. Sua escrita traz uma base sólida e bastante promissora. Embora ainda apresente características típicas de um texto em estágio inicial, há uma boa estrutura textual e uma voz autoral em desenvolvimento. 

Gostei muito do conceito da "luz sinistra" como fonte de poder e conflito, pois é inovador e interessante. Não é o bem contra o mal de forma maniqueísta, mas sim uma disputa por uma essência que representa desejos humanos profundos.

Achei muito interessante Lumea Lumini, a cidade dos feiticeiros. Ela é moldada por sonhos e criações da psique humana - vive, se transforma e desafia constantemente o protagonista. Há também outros bons personagens como Lysnick, Pallathan e Dlya que também se encontram nesse ambiente onde a mente e a percepção criam a realidade. 

A estética vibrante da cultura pop dos animes/mangás, rpg e das referências ao Metal, principalmente da banda Avenged Sevenfold estão interligadas não só nos textos, mas na arte e no aspecto físico do livro.

Com criatividade e ousadia, Dylan Batista mostra que a literatura independente tem muito a oferecer - e Os Feiticeiros da Luz Sinistra é a prova disso: um livro que diverte, prende e impressiona. 


"O meu show não termina aqui, não vou perder para alguém que corteja a morte!"

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Santo Guerreiro - Ventos do Norte

Santo Guerreiro - Ventos do Norte 

Ventos do Norte éo segundo livro da trilogia Santo Guerreiro, escrita por Eduardo Spohr em 2022.

O livro dá continuidade aos eventos de Roma Invicta de 2020 e coloca o protagonista, Georgios Graco, no centro de novas intrigas e desafios. Ele agora é tribuno e comandante militar romano que enfrenta dilemas morais ao ser forçado a escolher entre sua lealdade ao exército romano e suas crenças pessoais.

As descrições de lugares e cidades estão bem detalhadas e retratam o conflito brutal da época. Spohr consegue combinar uma narrativa focada na ação e mantêm toques de suspense e intrigas políticas. No decorrer da leitura, há momentos sombrios em que encaramos um Império Romano colapsado e ameaçado por intermináveis conspirações e guerras insanas.

Gostei bastante de vários personagens, mas os diálogos de Georgios e Constantino foram os que mais me chamaram atenção e de maneira positiva. Ambos são caracterizados pelo equilíbrio, a amizade e, mesmo em discordância em alguns momentos, trazem um teor complexo e humano na trama.

Outro destaque é a batalha de Georgius contra os francos na região da Germânia. Simplesmente brutal, proporcionando momentos épicos de bravura e dramáticidade.  

Enfim, Ventos do Norte ergue-se como uma excelente ficção histórica, guiando os leitores por batalhas memoráveis e reflexões profundas — um prato cheio para fãs de Iggulden e Cornwell.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

The Long Vigil - A Deathwatch Anthology

The Long Vigil - A Deathwatch Anthology

Dando início as minhas primeiras leituras de Warhammer 40K, trago aqui a antologia Deathwatch: The Long Vigil. É uma coletânea de nove contos focada nos Deathwatch: a elite dos Adeptus Astarte ou Space Marines dedicados a caçar e eliminar ameaças alienígenas (xenos) que assolam a galáxia.

Eles são subordinados ao Ordo Xenos, divisão da Inquisição encarregada de lidar com alienígenas; e não hesitam em tomar decisões brutais pelo bem do Imperium. 

Para os leitores que não conhecem, Warhammer 40K é um universo distópico no 41º milênio, onde não existe paz, esperança ou redenção. Só guerra sem fim. A humanidade vive sob o domínio de um império autoritário e teocrático. O tom da lore é sombrio, trágico e exageradamente brutal; tudo é distorcido, irônico e propositalmente over.

Os contos apresentados são de vários autores renomados da Black Library, a divisão editorial da Games Workshop responsável pelas publicações de Warhammer e de suas expansões como a extensa série The Horus Heresy,  Age of Sigmar e Warhammer The Old World.

Cada história traz uma perspectiva única sobre os Deathwatch, seja explorando a brutalidade da guerra, a lealdade entre irmãos ou as missões suicidas em meio a um cosmos repleto de horrores e traições internas. Aqui estão os contos e seus respectivos autores:

1. "Messiah Complex" – Steve Parker

Um esquadrão da Deathwatch é enviado para eliminar um culto xenos em um planeta imperial. No entanto, eles descobrem que a influência alienígena é mais profunda do que esperavam. Este conto explora paranoia e traição, com um final bem sombrio.

2. "The Shadow of the Saints" – Ben Counter

Um Deathwatch da Kill-Team enfrenta um inimigo traiçoeiro em meio às ruínas de uma civilização destruída. O conto aborda a luta interna dos Marines para manter sua humanidade enquanto combatem horrores indescritíveis.

3. "The Crueltymaker’s Kingdom" – Marc Collins

Uma missão da Deathwatch os leva ao território de um senhor da guerra alienígena cruel. A história explora os limites da brutalidade que os Space Marines estão dispostos a cruzar para garantir a vitória.

4. "The Nihilus Edge" – Justin D. Hill

Situado no sombrio cenário da Cicatrix Maledictum, este conto segue um esquadrão da Deathwatch tentando sobreviver em uma região sem esperança. A história enfatiza a resiliência dos Marines diante de uma galáxia que se despedaça.

5. "Sorrowcrown" – Nicholas Wolf

Focado em um único Space Marine da Deathwatch, este conto mostra um guerreiro que carrega uma cicatriz profunda – tanto física quanto emocionalmente. Enquanto combate uma ameaça alienígena, ele precisa confrontar seu próprio passado.

6. "Awakened" – Sarah Cawkwell

Uma relíquia ancestral desperta uma força adormecida que ameaça todo um sistema estelar. Uma Deathwatch é chamada para intervir, mas eles logo percebem que a ameaça pode ser maior do que imaginavam.

7. "Brother to Dishonour" – David Guymer

Tensão entre os membros da Deathwatch aumenta quando uma antiga rivalidade entre dois Space Marines vem à tona. O conto explora lealdade, orgulho e o que significa servir a um objetivo maior.

8. "The Last Word" – Phil Kelly

Um Mariner veterano da Deathwatch reflete sobre sua longa carreira e as decisões difíceis que teve que tomar. O conto é mais introspectivo, focando no fardo da guerra constante.

9. "Entombed" – Andy Clark

Uma missão em uma nave espacial abandonada transforma-se em um pesadelo claustrofóbico quando algo começa a caçar os Space Marines. O conto captura o horror e a tensão de um inimigo desconhecido à espreita, bem ao estilo Alien, o 8º Passageiro.


Em resumo, Deathwatch: The Long Vigil é uma leitura interessante. O leitor irá conhecer e mergulhar no mundo grimdark de Warhammer 40k em uma antologia que cumpre bem seu papel dentro do gênero militar sci-fi, oferecendo ambientação densa e personagens marcantes.


"Irmandade. Dever. Sacrifício. A Vigília é longa — e nem todos despertam dela do mesmo jeito."


terça-feira, 1 de abril de 2025

A Faca e a Tempestade

A Faca e a Tempestade 

Na Cidadela Cascata, construída pelos Anões do Clã Gargalhada de Granito e refúgio de guildas de ladrões e outras raças fantásticas, tem na taverna Bico do Corvo o cenário perfeito para boas lutas épicas.


Essa é a vibe do conto A Faca e a Tempestade, escrito pelo booktuber - Marcus Simões, do @tocadoaventureiro e publicado em 2024.

Aqui temos uma narrativa rápida, com descrições breves, descontraída e fluida. Só há apenas ação e bom humor bem típico de um turno de Rpg. 

Mesmo em um conto curto, o autor conseguiu criar personagens carismáticos de personalidades diferentes e com abordagens típicas da literatura fantástica. 

A atmosfera mágica da taverna e suas características próprias ganham vida através dos momentos cômicos misturados a agilidade das lutas.

Então, confira A Faca e a Tempestade e divirta-se, pois em breve essa pequena aventura terá uma expansão e aí sim, veremos a idéia ganhar forma e magnitude. 

Um bom começo!

sexta-feira, 21 de março de 2025

Herdeiros do Abismo - Gênesis

Herdeiros do Abismo - Gênesis 

Publicado em 2024 pela Editora Palavra & Verso, a obra é ambientada no século XVI, em um inverno tempestuoso na antiga Hungria. A narrativa constrói um mundo pós-apocalíptico onde vampiros dominam a Terra, liderados por Khram, o Impiedoso.

Escrito pela autora Vanessa Musial, a trama não se limita à clássica batalha entre humanos e vampiros; ela dá uma ênfase mais aprofundada sobre fé, política e poder. Os aspectos históricos enriquecem o cenário, tornando o enredo mais tangível e imersivo, enquanto os personagens são desenvolvidos com profundidade, exibindo conflitos internos e externos.

Os personagens humanos destacam-se como um símbolo de resistência e esperança. Já os vampiros adicionam camadas de violência e principalmente a sede por sangue, luxúria e poder. 

A autora habilmente mistura elementos fantásticos, rituais, linhagens de sangue e religião, criando essa atmosfera lúgubre e grotesca. Sua escrita é bem construída deixando a história muito envolvente e imersiva. Há também trechos inquietantes, com reviravoltas inesperadas e um desfecho que deixa um gancho instigante para a continuação.

O meu destaque vai pela ótima qualidade gráfica. Tanto na versão física como na digital, a obra traz lindas ilustrações e simbologias tanto no interior do livro quanto na arte da capa ricamente ilustrada por Danielson Lima.

Em suma, Herdeiros do Abismo - Gênesis é uma grimdark fantasy imperdível. Mesmo que certos trechos possam ser chocantes, o livro oferece uma experiência rica em batalhas, resistência e terror. 

Recomendo demais e lembrando que a leitura é para maiores.


"E se houver, por certo, um significado maior em tudo aquilo? E se a criatura é mesmo parte dos planos divinos? Afinal, são sempre incertos os desígnios de Deus..."

quarta-feira, 12 de março de 2025

O Despertar do Paladino

O Despertar do Paladino 

Trago aqui a leitura de O Despertar do Paladino - do autor mineiro Sario Ferreira. É o primeiro livro da série Sagraerya e publicado de forma independente em 2016. 

A trama se desenrola no continente fictício de Ardoria, onde o reino de Zophar trava uma guerra implacável há sessenta anos contra os nativos conhecidos como o povo "Sombrio". O jovem general Sagrarius, um dos dez temidos líderes militares zopharianos, prepara-se para atacar a última fortaleza sombria, motivado por um desejo de justiça tanto para o reino quanto por razões pessoais. No entanto, uma revelação divina abala suas convicções, levando-o a questionar os verdadeiros ideais de Zophar e vai em uma jornada de redenção e honra.

Bom, o que me chamou a atenção nesta obra é que o autor constrói uma narrativa muito interessante e instigante. Sua escrita utiliza uma linha textual que prioriza diálogos ágeis e funcionais, o que torna a leitura acessível. Inclusive toda a ambientação medieval de Ardoria é descrita de forma vívida com suas sociedades, religiões e mitologias próprias. Isso criou no livro um equilíbrio perfeito entre ação, drama e worldbuilding.

Da mesma forma pode se dizer dos personagens marcantes como Yumura, Kirion, Sania e o protagonista Sagrarius. Eles possuem personalidades distintas e arcos de desenvolvimento sólidos que lidam com a redenção, fé, desafios e honra.

Também gostei da composição estrutural do livro. Na primeira parte temos a gênesis, as motivações e as desconfianças que envolvem o reino de Zophar. Na segunda parte (a minha favorita) traz as reviravoltas, a mitologia dos Deuses e os combates épicos. Além das diversas raças e criaturas fantásticas, toda a trama de Sagraerya lembra muito as mesas de Rpg, contudo é uma leitura de identidade forte e diferenciada.

A transformação de Sagrarius e sua busca por redenção proporcionam O Despertar do Paladino um livro instigante dentro da Fantasia old school. Mesmo que haja uma previsibilidade e estruturas clichês que a meu ver são normais dentro do estilo fantástico, a história é muito mais do que isso - é sobre os desafios de confrontar crenças enraizadas, fé verdadeira e a busca de um propósito maior.

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Trigger: Mercenário Espacial

Trigger - Mercenário Espacial 

Trigger - Mercenário Espacial é o primeiro volume de uma série de ficção científica escrito por J. V. Santiago e publicada pela Editora Itaipuca em meados de 2019.

A história se apresenta num cenário em que a Terra recebe uma mensagem ameaçadora de um império alienígena:

"Submetam-se a nós ou serão anexados à força!"

Diante da tecnologia avançada dos invasores, a ONU quase cede à pressão. No entanto, surge uma figura enigmática oferecendo uma oportunidade de equilibrar a disputa e garantir a sobrevivência da humanidade. Trigger se identifica como um androide e afirma que irá lutar contra a armada Rukki pela Terra, mas por um preço. Será que ele realmente tem condições de enfrentar uma invasão tão vasta e poderosa? E o que há por trás dessa exigência?


Bom, o autor construiu uma ótima narrativa que combina elementos clássicos da ficção científica, como a existência de outros universos e tecnologia militar futurista. Seu texto flui naturalmente e é de fácil compreensão, mesmo dentro do gênero scifi.

A habilidade de misturar cenas de ação, suspense e momentos de introspecção dos personagens é, para mim, um dos pontos altos da obra. Embora a colocação possa parecer clichê dentro da ficção científica, a ameaça de invasão alienígena é explorada de maneira inteligente. Podemos notar influências marcantes de seriados japoneses como Jaspion e Changeman , mas com toques mais sombrios.

Os personagens como Zammer e Yukirion (os meus preferidos!) apresentam um bom desenvolvimento, com motivações claras e arcos interessantes que prendem a atenção do leitor. Além disso, os alienígenas (o império wRukki) são um show à parte, com uma grande diversidade de raças, culturas e comportamentos.

Para os leitores e fãs de ficção científica, Trigger - Mercenário Espacial é uma excelente escolha, pois o livro vai além das lutas e batalhas. Ele traz um panorama repleto de intrigas geopolíticas, interesses e sacrifícios. Além disso, apresenta ideias e expectativas que permanecem na mente do leitor mesmo após a última página.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Sertão dos Mortos

Sertão dos Mortos 

Faminto e miserável, um homem percorre o árido sertão nordestino até chegar à cidade de Esperança. Com a chegada de forasteiros misteriosos, eventos estranhos abalam o lugarejo, levando a um desfecho surpreendente e sombrio.

Esta é a premissa desta excelente graphic novel nacional - Sertão dos Mortos, publicada em 2023 e escrita por Victor Chaffim com a arte de Eberton Ton. 

É uma fascinante fusão entre os elementos da cultura nordestina e o gênero pós-apocalíptico, que apresenta um sertão nordestino já devastado e repleto de horrores.

A arte é de criação de Eberton Ferreira (Estudio Ton) em colaboração com Sulluvan Suad (lápis), Josias Silveira (arte da capa), J. Herrero (arte final/cores) e Jefferson Alves (layout da capa).

A primeira parte em preto e branco traz contornos mais detalhados e únicos. Já na segunda parte a predominância é de cores e o uso de sombras, principalmente nas cenas de violência e terror. Os traços fortes que destacam o sofrimento humano, o desespero da luta pela sobrevivência e o terror, mas também transmite o peso emocional e psicológico da história. 

Na minha opinião, a escolha do sertão como cenário é estratégica e altamente simbólica. Por ser uma região marcada historicamente por adversidades, o autor transforma o ambiente em um personagem por si só. O sertão apocalíptico serve como um microcosmo das adversidades e desigualdades socias. 

Chaffim utiliza bem o gênero de terror para questionar até que ponto a humanidade pode resistir diante de tantos obstáculos - é um encontro insólito narrativo entre Glauber Rocha e George Romero.

Sertão dos Mortos é um excelente material que não apenas entretém, mas reflete a dureza da vida no interior nordestino em uma jornada de coragem e desespero. É um perfeito exemplo de como o regionalismo pode dialogar facilmente com o terror.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Ovelha Negra

Ovelha Negra

Trazendo aqui essa incrível hq que se chama Ovelha Negra, uma obra adulta roterizada por Carlos Felipe Figueira com artes de Bertho Horn, publicado pela Editora Cafezal em novembro de 2023.

A história traz Márcio, um jovem extremamente tímido e introspectivo com problemas familiares. Ele é uma decepção ambulante e todos ao seu redor fazem questão de lembrá-lo disso constantemente e da pior maneira possível. Porém, durante uma reunião de família tudo pode acontecer...


Bom, a escrita de Carlos Felipe Figueira é envolvente e pesada, refletindo a opressão e a desesperança dos personagens. A arte de Bertho Horn contribui muito para isso, com traços expressivos e cores que reforçam o tom melancólico e violento da história. 

A narrativa visual é fluida, com quadros que complementam perfeitamente o texto, criando uma experiência imersiva para o leitor.

De bônus, têm a excelente Primeiro Ato, uma interpretação quase minimalista da criatividade dos pensamentos. Ela é curta, mas também impactante e poderosa.

Ovelha Negra não é apenas uma simples história em quadrinhos. Para mim ela envolve uma profundidade quase misantrópica sobre a resistência às pressões familiares e sociais - transmite expressão, ousadia e doses sombrias de emoção. 

Em julho de 2023 Ovelha Negra venceu o Prêmio Le Blanc na categoria História em Quadrinhos Independente Nacional, destacando-se como uma das melhores publicações do gênero no país.

Se você aprecia quadrinhos que exploram temas profundos em uma estética visual impressionante, Ovelha Negra é uma leitura indispensável. 

Ovelha Negra 

sábado, 18 de janeiro de 2025

Além do Véu da Verdade

Além do Véu da Verdade 

Esta coletânea foi publicada em novembro de 2024 e organizada por J.M. Beraldo, criador do universo de Véu da Verdade e autor renomado de Império de Diamante e Lead Game Designer da série Assassin's Creed.

A obra reúne treze autores nacionais de destaque. Cada conto se insere no vasto universo criado em 2017 por J. M. Beraldo. Esses contos transitam por batalhas espaciais épicas, encontros entre diferentes culturas cósmicas, civilizações alienígenas e até pitadas de horror cósmico e humor.

A lista de autores participantes impressiona: Oghan N'Thanda, Eduardo Kasse, Marcelo Augusto Galvão, Ana Lúcia Merege, Renan Bernardo, Felipe Castilho, Lu Evans, Octavio Aragão, Francisco Tupy, G.G. Diniz, Alexey Dodsworth, Gerson Lodi-Ribeiro, Fábio Fernandes. Cada um traz sua assinatura literária única, expandindo o conceito original criado por Beraldo e mostrando o equilíbrio perfeito entre a técnica e a criatividade dos contos.

Esta antologia não só apresenta uma variedade de estilos narrativos, mas também permite que os autores abordem de maneira inteligente, diferentes aspectos de um mesmo assunto, garantindo coesão e continuidade. 

Como organizador e também contista (ele assina quatro dos 18 contos existentes na antologia), Beraldo agregou diferentes perpectivas tornam a leitura muito mais interessante. Na minha leitura percebi que escolher um único conto seria uma tarefa ingrata, pois cada narrativa traz originalidade e riqueza; tentar destacar apenas um seria ignorar a grandiosidade do conjunto como um todo.

Enfim, com Além do Véu da Verdade, a ficção científica nacional ganha uma nova dimensão. Temos muito a oferecer em termos de criatividade e inovação dentro do space opera, por isso é uma leitura indispensável tanto para fãs scifi dos clássicos como Duna, Fundação ou Star Trek e Guardiões da Galáxia. É diversão garantida.

Além do Véu da Verdade 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Os Lendários Cavaleiros da Magia - Sagas das Eras Esquecidas - livro III

Os Lendários Cavaleiros da Magia 

Trazendo aqui uma das melhores leituras de 2024. Os Lendários Cavaleiros da Magia é o terceiro volume da Saga das Eras Esquecidas da autora mineira Élida Ferreira Martins.

A trama da continuidade nos acontecimentos ocorridos nos continentes de Impéria, Jurássis e Lanória, onde os protagonistas enfrentam desafios que testam sua coragem e habilidades mágicas em lutas mortais e batalhas épicas.

Bom, neste último livro a caracterização do enredo trouxe aspectos fundamentais para a fluidez da leitura.  A autora é reconhecida por criar mundos ricos em detalhes que equilibram ação, romance e emoção. 

Sua escrita, bem tolkieniana, continua fluida mostrando uma evolução impecável e aprofundada dos textos. No decorrer da narrativa, ela trouxe citações bem alinhadas que dialogam perfeitamente com certos assuntos e reflexões sobre poder, heroísmo e esperança. 

Personagens como Adelfa, Taylor, Ulukai estão no seu ápice. Suas estratégias junto à outros Cavaleiros de várias Ordens são testados ao longo da jornada, à medida que enfrentam muitos desafios e obstáculos com ótimos "plot-twist". 

Devo destacar também a qualidade gráfica do livro. Com uma ótima diagramação e um belíssimo mapa, está edição com certeza irá agradar os fãs de literatura fantástica. 

Em síntese, Os Lendários Cavaleiros da Magia é realmente o melhor livro da trilogia. A conclusão da saga não apenas resolve as tramas e os segredos de tudo que envolve as Eras Esquecidas, mas também consegue trazer a aventura e a grandiosidade da fantasia old school.

 

"O mal existe no mundo há muito tempo. Pois há uma lei da magia que diz que toda grande energia boa é compensada por uma ruim de peso equivalente e vice-versa. E assim se mantém o equilíbrio. "