sexta-feira, 6 de outubro de 2017

As Crônicas de Artur


Escrito pelo escritor britânico Bernard Cornwell, essa trilogia publicada pela editora Record, (Rei do Inverno, O Inimigo de Deus e Excalibur) nos conta a vida de um mito por um ponto de vista mais cru e humano.
Nesta obra, Artur não é uma lenda, não possui poderes e nem tão pouco é aquele príncipe encantado.  Na verdade ele é um senhor da guerra, muitas vezes, brutal, inseguro e estrategista, mas acima de tudo, um cavaleiro com erros e defeitos. Sua estória é narrada por um dos seus guerreiros que participa de suas campanhas de guerra, suas politicas e também de sua vida pessoal, com um ponto de vista mais humano e histórico.
Os livros são de uma realidade tão selvagem que, nós leitores, somos apresentados pela famosa parede de escudos.  O autor descreve essa tática de luta de uma maneira tão realista que parece realmente estarmos frente a frente com o inimigo com espada e escudo em mãos. É violento, brutal, instigante - não são livros para crianças e nem tão pouco para estômagos fracos. O mito arturiano foi elevado ao nível mais real da estória que não só conta como Artur defendeu a invasão da Britânia pelos saxões como também há criticas ao cristianismo, principalmente a Igreja e seus sacerdotes.
Há personagens conhecidos das lendas de Artur? Sim, estão lá Merlin, Lancelot, Guinevere, Galahad, Mordred, Morgana, Uther... Mas todos, sem exceção, num nível de veracidade humana tão grande que neste livro, eles se tornaram mais atraentes e cativantes ao leitor, o que dá todo o charme a trilogia.
Com uma escrita cativante e às vezes lenta, as Crônicas de Artur não deixa de ser uma obra magnifica que nos mostra que atrás de muitos mitos e lendas, há sempre uma realidade fria, cruel e ao mesmo tempo extremamente bela.

Recomendo.

A realidade era diferente da lenda...

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O Dia dos Bárbaros – 9 de agosto de 378


Este livro, (Editora Estação Liberdade), escrito por Alessandro Barbero (Professor de Historia Medieval da Universidade do Piemonte Oriental, na cidade de Vercelli, Itália) relata a história da batalha de Adrianópolis, ocorrida em 9 de agosto de 378, na parte européia da atual Turquia, que antigamente era a província romana da Trácia.
 
O autor descreve a batalha em seus mínimos detalhes e nos mostra que ela realmente marcou o fim de uma época e o inicio de outra: uma época em que Roma enfrentava dificuldades para controlar os bárbaros a força, e ao mesmo tempo se considerando uma superpotência mundial. 

Ele também fala da transição entre a Antiguidade e a Idade Média, dos romanos e dos bárbaros, do mundo multiétnico e de um império em transformação, já que Roma já era cristã e essa religião já estava sendo difundida entre os bárbaros. 

Uma ótima leitura para podermos aprender como ocorreu a queda de um império através de uma importante batalha que aconteceu nas regiões dos Balcãs e que foi decisiva para o curso da História.

Recomendo.

“Não podia ser para sempre.
Um belo dia o Império Romano tinha que começar cair”.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Crônicas de Algalord - Rhapsody of Fire


Rhapsody of Fire é uma banda italiana de metal sinfônico criada em 1993. Inicialmente chamava-se Thundercross, e em 1995 foi rebatizada com o nome Rhapsody. Em julho de 2006, mudou seu nome para Rhapsody of Fire.
Do clássico-barroco ao puro heavy metal, eles se tornaram o ícone do power metal com as Crônicas de Algalord iniciada pela Saga da Espada de Esmeralda.
O herói da história é o Guerreiro de Gelo que sai em busca da Espada de Esmeralda que lhe dará poderes para enfrentar Akron o Senhor da Escuridão.
No caminho ele encontra várias criaturas (anões, elfos, unicórnios) e alguns aliados como o príncipe Arwald, a princesa Airin e o dragão Tharos. Toda a crônica é narrada pelo mago ancião Aresius.
As Crônicas de Algalord foi contada em 5 álbuns:

* Legendary Tales (1997)
* Symphony of Enchanted Lands (1998)
* Dawn of Victory (2000)
* Rain of a Thousand Flames (2001)
* Power of Dragonflame (2002)

Em 2017 com a nova formação, banda regravou seus clássicos com o seu novo álbum Legendary Years e lá estão as principais canções das Crônicas de Algalord como: "Holy Thunderforce", "The Dark Tower of Abyss", "Land of Immortals" e a famosa "Esmerald Sword".



Para mais informações, o site da banda:
https://www.rhapsodyoffire.com

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Último Duelo



Uma história real e dramática que ocorreu na Idade Media francesa onde uma jovem mulher (Marguerite) filha única de uma rica família tradicional normanda, acusa o melhor amigo (Jaques Le Gris) de seu marido (Jean de Carrouges) de estuprá-la.  Acreditando piamente em sua inocente esposa, o cavaleiro leva a acusação ao Parlamento francês que determina que o caso seja decidido por um duelo. Um homem sairia vencedor apenas quando matasse seu oponente cujo resultado, conforme a crença da época representaria a vontade e a justiça de Deus.
Esse livro (editora Record) é aquele tipo de leitura que nos prende até o final. Sendo real e histórico, ele está recheado de referências e documentos do ocorrido e que é motivo de controvérsia até hoje. 
O autor Eric Jager narra o relato com boa desenvoltura tendo total controle histórico. Também nos coloca num suspense constante que só enriquece toda a trama, contando e minuciando a vida de todos os envolvidos, todas as datas e localidades como num thriller policial. 
Há três ápices nessa história: a violência ocorrida pela dama Marguerite, o duelo entre Le Gris e Carrouges e finalmente as consequências de tudo isso.  
Vale lembrar que o livro contêm inúmeras pinturas da época relatando o caso dando um charme a obra.

Recomendo.

Como disse um advogado do século XIV: Ninguém realmente sabia da verdade”.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Os Senhores dos Dinossauros



Os Senhores dos Dinossauros (editora DarkSide Books) se passa no Império da Nuevaropa, um continente claramente inspirado na Europa do século XIV. Cultura e costumes, religião, conflitos políticos, tecnologia e armamento são compatíveis com o último período da Idade Média. Mas neste mundo, construído pelos Oito Criadores, os gigantes répteis pré-históricos também fazem parte do arsenal de guerra. Tricerátopos, Alossauros e Tiranossauros marcham em batalhas épicas, enquanto Pterodátilos voam rasantes, como fariam dragões em lendas medievais. “Os Senhores dos Dinossauros” é o primeiro volume da Trilogia de Victor Milán com tradução de Alexandre Callari (PIPOCA&NANQUIM).


O livro em si nos encaminha aos nossos sonhos de infância.  Quem nunca sonhou em querer montar um dinossauro? Esse é o lema dessa obra que nos remete ao mundo imaginário fantástico-medieval, onde o enredo é truncado inicialmente, mas se desenvolve à medida que a estória vai se afunilando. O autor é bem detalhista nas ambientações, nas batalhas e nos dinossauros. Sim, há desenhos dos dinossauros de Nuevaropa com nomes científicos, apelidos e suas características o que enriquece ainda mais a imaginação e o andamento da estória.  Vale lembrar a belíssima capa e todo o acabamento e capricho que a DarkSide Books colocou nessa obra.

Recomendo.

Na capa há uma frase de George R. R. Martin resumindo o livro: “A união entre Jurassic Park e Game of Thrones”.  Nem um e nem outro. Apenas diferente.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Blind Guardian - Nightfall In The Middle-Earth

Nightfall in Middle-Earth é o sexto álbum de estúdio da banda alemã Blind Guardian, gravado em 1998 e baseado no livro O Silmarillion de Tolkien. Não há como negar a contribuição que a banda faz para as obras de Tolkien. Musicas como "Lord of the Rings", "The Bard's Song - The Hobbit" “By the Gates of Moria” se tornaram referências para os fãs de Metal e Tolkien. Mas foi com "Nightfall in Middle-Earth" que músicas como "Nightfall" e se tornaram clássicos do metal mundial.
A capa foi feita por Andreas Marshall e apresenta Lúthien dançando perante de Morgoth, a partir da História de Beren e Luthien.


Nota: O CD é uma obra conceitual e fala exclusivamente sobre este livro em todas as suas faixas.
  • "War of Wrath", fala sobre o conselho de Sauron a seu mestre Morgoth de fugir dos triunfantes Valar na Guerra da Ira. Morgoth envia-o para longe e reflete sobre os acontecimentos que levaram à sua derrota.
  • "Into The Storm", fala sobre Morgoth e Ungoliant, que fogem de Valinor depois de terem destruído as Duas Árvores e sua luta pela posse das Silmarils.
  • "Lammoth", é o grito de Morgoth com os qual ele foge de Ungoliant.
  • Em "Nightfall", Fëanor e seus sete filhos lamentam a destruição forjada por Morgoth e juram vingança para chegar a ele, apesar da proibição dos Valar.
  • "The Ministrel" é sobre Maglor, filho de Fëanor.
  • Em "The Curse of Fëanor", Fëanor exprime a sua indignação e raiva e admite que cometeu erros, especialmente o fraticídio, na perseguição de Morgoth.
  • Em "Captured", aborda o cativeiro de Maedhros filho de Fëanor por Morgoth, em Thangorodrin.
  • Em "Blood Tears", Maedhros relaciona os horrores do seu cativeiro, seu salvamento por Fingon, e sua terrível sina de não poder segurar uma Silmaril com suas mãos impuras.
  • "Mirror Mirror" conta como Turgon , tendo em conta a inevitável derrota, constrói a cidade de Gondolin, auxiliado por Ulmo
  • "Face the Truth" fala sobre Fingolfin e o destino dos Noldor.
  • "Noldor (Dead Winter Reigns)" fala sobre Fingolfin na gélida passagem de Helcaraxë, reflete sobre o seu próprio povo e da sua culpa e prefigura a sua derrota final.
  • "Battle of Sudden Flame" fala sobre a batalha em que Morgoth rompe o cerco de Angband usando seus Balrogs e Dragões.
  • "Time Stands Still (At the Iron Hill)"Fala sobre o épico confronto entre Fingolfin, rei supremo dos Noldor, e Morgoth, senhor do escuro, as portas de Angband. Fingolfin o fere sete vezes, porém sucumbe.
  • "The Dark Elf" fala de Eöl, o elfo negro que seduziu Aredhel, a irmã de Turgon, a qual deu à luz Maeglin, que acabaria por trair Gondolin.
  • Em "Thorn", Maeglin reflete sobre a sua situação e decide trair Gondolin ajudando Morgoth.
  • "The Eldar" é a despedida do rei élfico Finrod ao seu povo, morrendo de ferimentos recebidos para salvar seu amigo Beren de um lobisomem.
  • Em "Nom the Wise" Beren chora por seu amigo Finrod. Nóm significa "sábio" e era o nome dado a ele pelo antepassado de Beren, Bëor.
  • Em "When Sorrow Sang" Beren canta sobre o seu amor à princesa élfica Lúthien em sua morte nos dentes do lobo Carcharoth de Morgoth.
  • "Out of the Water" Fala sobre último local de habitação-Beren e Lúthien.
  • Em "The Steadfast", Morgoth amaldiçoa seu cativo Húrin que se recusou a revelar o segredo de Gondolin.
  • "The Dark Passage" Morgoth pondera o seu quinto triunfo em batalha. A canção também relaciona as origens da carnais dos homens e Morgoth a Húrin na maldição de ser testemunha do trágico destino de seu filho. 
  • "Final Chapter(...)" conclui Assim termina o álbum, fala da vitória de Morgoth, mas também da esperança de um novo dia.       

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares

O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares (editora Leya/Intrínseca) é o romance fantasia e suspense de estréia do autor americano Ransom Riggs. 
O livro narra o relato de um menino que, depois de uma tragédia familiar terrível, segue pistas que o levam a um orfanato abandonado em uma ilha. A história é contada através de uma combinação de narrativa e fotografias vernaculares dos arquivos pessoais de colecionadores listados pelo autor. 

Não há como negar que esse livro é extremamente cativante e original. A narrativa corre solta numa desenvoltura que logo de inicio nos identificamos com Jacob, o protagonista da estória e em seguida nos atinge em cheio quando ele vai a ilha e encontra as crianças nesse orfanato (não tem cara de orfanato).  
O livro contém fotos que de inicio, nos remete do terror ao bizarro, mas combina perfeitamente com o andamento da narrativa. 

Recomendo.

Houve uma versão cinematográfica do livro dirigido por Tim Burton em 2016.
Esqueça!