quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A Morte do Rei Tsongor



No coração de uma África ancestral, o velho Tsongor, rei de Massaba, soberano de um imenso império, prepara-se para casar a filha. 
No dia do casamento, porém, surge um outro pretendente.   
Começa então uma guerra. 
Como Tróia sitiada, Massaba resiste; como Tebas, torna-se presa do ódio.  
O rei morre, mas não pode descansar em paz na cidade devastada.

Seu filho mais novo Suba, recebe a missão de percorrer todo o continente a fim de construir sete túmulos a imagem do que fora o venerado - e também execrável - rei Tsongor.  Sete túmulos para enterrar as setes faces do inconsolável rei morto: Tsongor, o Glorioso, O que Edifica, O Destemido, O explorador, O Guerreiro, o Pai, o Assassino e, enfim, o homem que busca o descanso.
 
A força evocada pelas cenas dos combates incrível a descrição das tropas e dos clãs que participam das batalhas), aliada a poesia da caminhada que muda o destino de Suba, perpetua uma tradição oral extraída do imaginário coletivo para questionar a origem.

Este livro, escrito pelo escritor francês Laurent Gaudé é um grande romance épico que  revela numa linguagem envolvente todas as faces da bravura, a beleza exuberante dos heróis, mas também a insidiosa manifestação da derrota em cada um deles.  Pois todos de algum modo descobrem em si a infâmia e a vergonha.  Essa é a verdade escondida, a que se impõe para além dos assomos do coração e das leis do clã.  Talvez seja essa mesma a essência da tragédia.

Envolvente em sua trama e nos busca a pensar como o ser humana é vulnerável as adversidades mais simples da alma.

Recomendo.

"Tsongor virou-se.  Olhou a filha.  Tudo o que empreendera nos últimos meses fora para as bodas de Samília.  O dia do casamento tornara-se sua obsessão como rei e pai.  Tudo precisava estar pronto.  Tinha de ser a mais bela festa já vista pelo império.  Para isso empenhara-se incansavelmente.  Sonhava dar a filha um esposo e, pela primeira vez, unir seu império a outro sem guerra, sem conquista.  Pensara em cada detalhe da festa.  passara noites em claro.  Chegou afinal o dia, e um acontecimento imprevisto pôs todo em xeque."

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Jurassic Park



Uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de DNA de seres pré-históricos foi descoberta.  Finalmente, uma das maiores fantasias da mente humana, algo que parecia impossível, tornou se realidade.  Agora, criaturas extintas há eras podem ser vistas de perto, para o fascínio e o encantamento do público.

Até que algo sai errado.

Em Jurassic Park, escrito em 1990 por Michael Crichton, questões de bioética e a teoria do caos funcionam como pano de fundo para uma trama de aventura e luta pela sobrevivência. O livro inspirou o filme homônimo de 1993, dirigido por Steven Spielberg, uma das maiores bilheterias de todos os tempos.

Essa é a sinopse do livro que é cheio de suspense, aventura e ficção-científica, relatando cálculos binários de DNA, sistemas de computação e teorias neocientificas, tudo para enriquecer o enredo. Com certeza o charme vem quando são narrados os dinossauros e suas peculiaridades, mostrando toda a natureza selvagem por atrás deles. Há trechos do livro que descrevem a violência dessas criaturas com extremo detalhe, que nos faz esquecer de longe o filme. 

É inevitável a comparação, mas passa bem longe. O livro é cativante, nos prende e nos faz tremer e angustiar a cada página.
Jurassic Park é uma obra para os fãs e não fãs de dinossauros, pois você encontrará coisas muito além do que o filme retratou. Chega um momento que o livro se torna um crítico ferrenho a indústria de entretenimento e a sociedade científica inescrupulosa que pensa em apenas enriquecer e gerar lucros.
Michael Crichton nos coloca na diversão e reflexão na medida certa com esta escrita simples e fácil de compreender. 
E parabéns a editora Aleph pela excelente capa e trabalho gráfico do livro, pois está perfeitamente lindo.

Recomendo.

"A natureza encontrou um meio"
                             
                                           Ian Malcolm

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

As Crônicas de Artur


Escrito pelo escritor britânico Bernard Cornwell, essa trilogia publicada pela editora Record, (Rei do Inverno, O Inimigo de Deus e Excalibur) nos conta a vida de um mito por um ponto de vista mais cru e humano.
Nesta obra, Artur não é uma lenda, não possui poderes e nem tão pouco é aquele príncipe encantado.  Na verdade ele é um senhor da guerra, muitas vezes, brutal, inseguro e estrategista, mas acima de tudo, um cavaleiro com erros e defeitos. Sua estória é narrada por um dos seus guerreiros que participa de suas campanhas de guerra, suas politicas e também de sua vida pessoal, com um ponto de vista mais humano e histórico.
Os livros são de uma realidade tão selvagem que, nós leitores, somos apresentados pela famosa parede de escudos.  O autor descreve essa tática de luta de uma maneira tão realista que parece realmente estarmos frente a frente com o inimigo com espada e escudo em mãos. É violento, brutal, instigante - não são livros para crianças e nem tão pouco para estômagos fracos. O mito arturiano foi elevado ao nível mais real da estória que não só conta como Artur defendeu a invasão da Britânia pelos saxões como também há criticas ao cristianismo, principalmente a Igreja e seus sacerdotes.
Há personagens conhecidos das lendas de Artur? Sim, estão lá Merlin, Lancelot, Guinevere, Galahad, Mordred, Morgana, Uther... Mas todos, sem exceção, num nível de veracidade humana tão grande que neste livro, eles se tornaram mais atraentes e cativantes ao leitor, o que dá todo o charme a trilogia.
Com uma escrita cativante e às vezes lenta, as Crônicas de Artur não deixa de ser uma obra magnifica que nos mostra que atrás de muitos mitos e lendas, há sempre uma realidade fria, cruel e ao mesmo tempo extremamente bela.

Recomendo.

A realidade era diferente da lenda...

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O Dia dos Bárbaros – 9 de agosto de 378


Este livro, (Editora Estação Liberdade), escrito por Alessandro Barbero (Professor de Historia Medieval da Universidade do Piemonte Oriental, na cidade de Vercelli, Itália) relata a história da batalha de Adrianópolis, ocorrida em 9 de agosto de 378, na parte européia da atual Turquia, que antigamente era a província romana da Trácia.
 
O autor descreve a batalha em seus mínimos detalhes e nos mostra que ela realmente marcou o fim de uma época e o inicio de outra: uma época em que Roma enfrentava dificuldades para controlar os bárbaros a força, e ao mesmo tempo se considerando uma superpotência mundial. 

Ele também fala da transição entre a Antiguidade e a Idade Média, dos romanos e dos bárbaros, do mundo multiétnico e de um império em transformação, já que Roma já era cristã e essa religião já estava sendo difundida entre os bárbaros. 

Uma ótima leitura para podermos aprender como ocorreu a queda de um império através de uma importante batalha que aconteceu nas regiões dos Balcãs e que foi decisiva para o curso da História.

Recomendo.

“Não podia ser para sempre.
Um belo dia o Império Romano tinha que começar cair”.