domingo, 30 de janeiro de 2022

Dia do Quadrinho Nacional


No Dia do Quadrinho Nacional, trago aqui as minhas indicações para quadrinhos nacionais. São ótimas leituras que representam toda a beleza da arte sequencial e da narrativa gráfica.

Então, vamos lá!




O Primeiro 

Escrito por Cristina Pezel e ilustrado por  Rapha Pinheiro é uma graphic novel que conta a infância do antagonista Vorten Mibos registrada no belíssimo e incrível prólogo do premiado livro de fantasia O Mundo de Quatuorian - Vol II - O Retorno do Imperador.


Vikings - Noite em Valhala

Escrito por Eduardo Kasse e ilustrado por Carlos Sekko, a HQ narra uma sangrenta batalha onde guerreiros vikings buscam a conquista e a glória, criando uma verdadeira ode a bravura e a mitologia nórdica. 

Em ambas as obras predomina a qualidade gráfica e a excelente arte de seus traços. As histórias são muito bem construídas e prendem o leitor até a última página.


Então leia e apoie as HQs nacionais, curta ou compartilhe.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Guirlanda Rubra

Guirlanda Rubra

Guirlanda Rubra é uma obra de Fantasia que foi finalista do Prêmio Argos e vencedor do Prêmio Odisseia Fantástica (2021) criado por Erick Santos Cardoso e publicado pela Editora Draco.

Garlando Espendi, um jovem privilegiado. Mas nem o prestigioso título de doutor ou a herança da mais rica família comerciante da Terra Pátria foram capazes de apagar uma paixão de sua adolescência. Entre as noitadas sem fim e o desabotoar dos vestidos, a única sensação real era uma ferida em sua alma tão profunda que parecia não cicatrizar nunca. Só lhe restou ser guiado por seu sangue gitanio e cair na estrada em busca da única pessoa que dá sentido para sua vida: Celes.

Em um universo fantástico onde a nobreza decadente recua diante da ascensão burguesa e a terrível Inquisição varre os Três Reinos em busca de hereges, Garlando precisará entender e arcar com o peso de se tornar um adulto. Durante essa descoberta, forças antigas e novas se preparam para uma guerra que transformará o mundo para sempre.

É simplesmente incrível como mundo fantástico criado por Erick Sama nos remete aos jogos como Final Fantasy ou Secret of Mana. 

A leitura é envolvente, fluida e muito bem elaborada. A ambientação baseada no século XVIII traz um certo charme e luxúria a trama com influências da cultura cigana. Um ponto positivo no livro é o desenvolvimento narrativo das batalhas, nas intrigas familiares e nas descrições das magias. 

A edição também conta com ilustrações belíssimas transformando a obra num modelo muito bem estruturado em uma aventura permeada de mistérios, segredos e suspense. 


Lâmina Celeste

E agora a nova aventura é com as batalhas da guerreira Táscia Elena em Lâmina Celeste que está em campanha no Catarse www.catarse.me/celeste


Apoie, divulgue e compartilhe mais uma ótima saga de Fantasia nacional.



terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Em Terra de Corvos

Em Terra de Corvos

Trazendo aqui mais uma obra da escritora portuguesa Maria Luisa Garcia: Em Terra de Corvos, publicado originalmente em outubro de 2021.

Vemos em sua terceira publicação um livro de poemas onde os sentimentos obscuros e góticos se conectam perfeitamente. 

Com ares de tragédia e angústia, a obra transita de maneira inquietante por lugares profundos da alma dando ao leitor uma sensação única de melancolia, sonhos sombrios e uma beleza obscura. 

A própria autora em seu prefácio já deixa ciente que : "O estranho e o insólito surgem de modo a manisfestar os misteriosos e insondáveis sentidos da existência." 

A sua escrita é densa e contém um estilo gótico bem construído e com grandes influências de Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa, Algernon Blackwood e até Augusto dos Anjos.

Todos os poemas são bem estruturados e exercem um efeito hipnótico graças à perfeita variação de métrica e ritmo.

O meu destaque vai para "Em Terra de Corvos", "Abutres", "Fantasmagoria", "A Que Canta Na Escuridão",  "Salem" e "Suindara".

Contudo, os demais poemas mostram que a autora têm a sensibilidade e desenvoltura de colocar as palavras de maneira intensa, inteligente e maravilhosamente sombria.

Recomendo demais!



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

The Uncanny X-Men: X-tinction Agenda - part 7.

The Uncanny X-Men: X-tinction Agenda - part 7.

Originalmente publicada em janeiro de  1991 o quadrinho traz os X-Men sendo julgados por crimes contra o estado na ilha de Genosha.

Eles são entregues as autoridades genoshianas para serem "voluntários" no processo de vinculação mutante, caso contrário, eles terão que enfrentar a morte. 

Destaque para a luta feroz entre Arcanjo e Wolverine, a miraculosa e exagerada manobra de Gambit e um plot-twist entre Tempestade e Ciclope.

Ótima história escrita por Chris Claremont que de forma magistral soube direcionar e dirigir os mutantes como ninguém, isso sem contar os desenhos de Jim Lee ainda no auge da sua arte. Ele fez um trabalho realmente sólido desenhando os mutantes junto com a arte-final de Scott Williams.

Além de se tornar uma edição histórica, não só pelo estilo ou pelo enredo em si, o que realmente chama a atenção é a capa!

Ela representa a força e o poder mutante como se fossem lendas, deuses. 

É uma típica comic dos áureos anos 90 e que deu um toque mais realista na Marvel dando origens a futuras sagas e crossovers no mundo das HQ's.

The Uncanny X-Men 272


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Terra Em Chamas

Terra Em Chamas
Em meio a guerras e problemas internos, Uhtred se vê no meio de promessas, perdas e traições para defender o reino do doente e moribundo rei Alfredo contra as invasões dinamarquesas vindas da Nortúmbria e Ânglia Oriental.


Ficção histórica escrita por Bernard Cornwell - Terras em Chamas, o quinto livro das Crônicas Saxônicas traz o mesmo ritmo dos anteriores com os mesmos conflitos políticos, as batalhas e suas consequências.


O protagonista ainda está envolto em promessas, juramentos e parece que não irá se desvencilhar disso tão cedo. Isso sem contar as tragédias e reviravoltas que vão decidir o destino de todos os personagens da trama.

Cornwell mostra em sua escrita o lado  selvagem e nada romântico das paredes de escudos: muito sangue, violência, fedor, lama, desespero e medo. Uhtred se mostra um guerreiro que ama a guerra tanto pelos saxões quanto pelos nórdicos, e está indo até às últimas consequências para obter a fortaleza de Bebbanburg e retornar seu lugar de direito.

Terra Em Chamas encerra uma fase e inicia uma outra envolvendo o trono e o domínio da Inglaterra que provavelmente trará muito mais conflitos, batalhas e... promessas.


Wyrd bið ful ãræd.

O destino é inexorável.


quinta-feira, 18 de novembro de 2021

The Two Swords

The Two Swords

The Two Swords é o terceiro e último livro  da trilogia Hunter's Blades onde Drizzt Do'Urden (elfo drow) tenta impedir junto com seus Companheiros o rastro de guerra, violência e caos de um rei orc extremamente ambicioso e cruel. 

Aqui a horda (goblins, trolls e gigantes de gelo) do rei orc Obould pressiona os Companheiros até os portões de Mithril Hall, onde o anão Bruenor e seu clã lançam um último ataque desesperado para conter o avanço dos orcs. E é aqui também que há grandes reviravoltas e finais épicos e trágicos entre os personagens.


Bom, o mundo de Drizzt Do'Urden (Forgotten Realms) é um cenário fantástico de Dungeons & Dragons. 

O livro é dinâmico, envolvente e a todo momento a ação e o suspense são primordiais na trama. 

Tudo é de fácil entendimento e mesmo para aqueles que não estão habituados ao estilo Fantasia/RPG de leitura, irão se sentir confortáveis em ler.

A habilidade técnica do autor na descrição das cenas de batalha, particularmente pelo manejo da espada dupla de Drizzt são umas das coisas mais impressionantes da literatura fantástica. 

É quase cinematográfico como ele encara as batalhas de maneira intensa e violenta. 

R. A. Salvatore explorou (e ainda continua em suas outras obras) muito bem essa dinâmica, fora os conflitos internos de Drizzit como a aceitação entre os humanos, a rejeição e o racismo.

The Two Swords fecha a trilogia de maneira épica e traz novos rumos para a próxima trilogia chamada Transitions.

Com certeza é mais uma das minhas leituras favoritas desse ano e recomendo demais conhecer esse incrível personagem e seu magnífico universo D&D.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

A Queda de Artur

A Queda de Artur

Publicado originalmente em 2013, A Queda de Artur, é a única incursão de Tolkien nas lendas do rei Artur. 

Aqui ele narra de maneira aliterante a expedição do grande rei a longínquas terras selvagens, a fuga de Guinevere de Camelot, a grande batalha naval na volta de Artur à Grã-Bretanha, a descrição do traidor Mordred e as dúvidas que atormentavam Lancelot em seu castelo francês.

Os cavaleiros da Távola Redonda também aparecem em meio a campanha de Artur contra os romanos como Gawain, Gareth, Gaheris, Bedivere e Bors.


O livro mostra além do prefácio, notas sobre o texto, o poema na tradição arturiana, o poema não escrito e sua relação entrelaçada com O Silmarillion (sobre Tol Eressëa e Númenor), a sua evolução e finaliza com o Apêndice relacionando a poesia em inglês antigo e seus arcaísmos.


Bom, esta edição dá uma ótima visão da maestria linguística de Tolkien. 

Composto em versos aliterantes, comuns na tradição germânica - anglo-saxã, nórdica - o poema possui ares épicos, heróicos e mesmo estando inacabado, traz a beleza típica da escrita métrica e antiga. 

Para os iniciados pode-se achar estranho e extremamente difícil acompanhar a leitura do poema. Até porque é uma escrita aliterante que possui um vocábulo pouco peculiar, onde originalmente (na Idade Média) eram declamados, não escritos, pelos menestréis e bardos. Eles usavam esses recursos fonéticos para ligar os versos entre si e proporcionar um sentido de continuidade aos ouvintes.

E o resultado final é que Tolkien criou (mesmo incompleto) um poema lendário e histórico.

Vale destacar a luta de Christopher Tolkien, que nesta presente obra foi editor do texto e que teve um árduo trabalho de reunir fragmentos (entre pedaços de papéis e rascunhos quase inteligíveis) que seu pai deixou e trouxe uma edição mais enxuta e acessível, principalmente para os leitores habituados na mitologia da Terra-Média.

A versão da publicação brasileira – traz uma edição bilíngue com a tradução perfeita do incrível Ronald Kyrmse – e a versão original. 

Mas é recomendável a leitura? Sim. 

Mesmo para aqueles que são fãs de O Hobbit e O Senhor dos Anéis e que não estão acostumados com o estilo aliterante do poema, a obra vale (e muito) pela genialidade de Tolkien e beleza quase mágica da poesia arturiana.



"Destarte fica Artur montado na baixamar.

Contempla sua terra e triste anseia

por rever outra vez a verde grama,

andando à vontade quanto dure o mundo;

pra que sinta o sal, o seu aroma

com perfume de vinho, vento de trevo

que germina junto ao mar em gramado de sol,

escutar da cristandade os badalos agudos

de sinos que oscilam aprazíveis na brisa,

um príncipe de paz que impera e reina

ao pé da porta aberta do Paraíso."